
A Câmara Municipal de Curitiba aprovou ontem, regime de urgência para a votação de proposta do prefeito Rafael Greca (DEM) que autoriza a prefeitura a emprestar R$ 60 milhões do Banco do Brasil destinados a obras asfálticas na Capital. O deputado delegado Francischini (PSL) criticou a iniciativa, afirmando que em meio à pandemia do coronavírus, que vem afetando durante pequenos e médios empresários, Greca está priorizando a destinação de recursos para obras que vão beneficiar grandes empresas.
Prioridades
Francischini lembra que em outras cidades, como Ponta Grossa (Campos Gerais), a prefeitura destinou recursos para a criação de um fundo de aval para apoiar pequenos e médios empresários que não têm condições de obter créditos nos bancos por falta de garantias. “Em Curitiba, o prefeito ao invés de apoiar o pequeno e médio empresário optou pelos ‘megas‘ (empresários). Os ‘megas’ do ônibus e do asfalto”, critica o deputado, que também entrou na Justiça contra a iniciativa de Greca de reservar R$ 200 milhões para repassar às empresas de ônibus do transporte coletivo no período da pandemia.
Urgência
Na Câmara, a proposta do prefeito também vem sendo criticada pela oposição. O vereador Dalton Borba (PDT) afirmou que não há justificativa técnica para justificar a urgência aprovada para a votação do projeto. “Não creio que alguém possa entender como urgente a tomada de empréstimo para fazer asfalto, ainda mais quando estamos a pouco menos de cinco meses das eleições municipais”, afirmou Borba.
Ciência
O vereador também questionou a justificativa do prefeito de que as obras de asfalto seriam uma forma de combate ao coronavírus. “A ciência ainda não conseguiu o asfalto ao combate ao coronavírus. Mas o prefeito conseguiu. Impressionante”, disse. “Será que o prefeito fez essa associação para escapar da Lei de Responsabilidade Fiscal?”, questionou o pedetista.
Estiagem
A severa estiagem que assola Paraná não deve causar o racionamento de água. É o que afirmou ontem o diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Claudio Stabile, em audiência na Assembleia Legislativa. Stabile foi à Casa explicar as ações tomadas pelo órgão para enfrentar o longo período sem chuvas no Estado.
Uso racional
De acordo com Stabile, as medidas preventivas implantadas pela Sanepar devem evitar que seja necessário realizar o racionamento de água no Paraná, mas que é preciso o uso racional da água. A participação atendeu a uma solicitação da Liderança do Governo e dos deputados estaduais.
Rodízio
Entre as ações realizadas pela empresa estão o rodízio nos sistemas integrados e em alguns sistemas isolados de abastecimento da Região Metropolitana de Curitiba (RMC), a aceleração e antecipação de obras, o aproveitamento de reservas estratégicas e a transposição de rios. Com o agravamento da estiagem, o governo estadual decretou, no início de maio, situação de emergência hídrica por 180 dias. “Com o sistema de rodízio, não deixamos de entregar o produto. O último remédio, o mais amargo, é o racionamento. Diferentemente do rodízio, não há garantia de entrega do produto. Estamos trabalhando para que isso não ocorra”, afirmou Stabile.