A escolha do presidente e relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Assembleia Legislativa para investigar a empresa JMK, acusada de irregularidades na manutenção da frota de veículos oficiais do Estado provocou uma pesada troca de farpas entre parlamentares da “bancada da bala” – formada em sua maioria por policiais civis e militares – e a liderança do governo. O deputado Soldado Fruet (PROS) foi escolhido para presidir a investigação, o delegado Jacovós (PR) foi indicado para relatar os trabalhos. A vice-presidência ficou com o deputado Tião Medeiros (PTB). Antes que os nomes fossem confirmados, porém, Medeiros alegou que haveria um acordo com a liderança do governo para que o deputado Michele Caputo (PSDB) fosse o relator. Jacovós e outros parlamentares da “bancada da bala” reagiram acusando a liderança governista de tentar interferir na investigação.

Capacidade
O líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD), negou interferência do Palácio Iguaçu na questão. “O governo não se mete em CPI. Que apure-se o que for apurado”, garantiu Bakri. O parlamentar, porém, colocou em dúvida a capacidade da comissão em investigar o caso. “O que essa CPI vai achar mais do que a investigação que está sendo feito pela polícia?”, questionou ela, afirmando que quem iniciou a apuração do problema foi o atual governo. O deputado Do Carmo (PSL), também oriundo da Polícia Militar, rebateu, afirmando que “existia sim” uma resistência da base do governo à entregar o comando da CPI aos parlamentares do grupo. “Os deputados novos têm que acordar. Ou nós acordamos, ou seremos engolidos pelo sistema”, alertou.

À venda
O MDB do Paraná decidiu colocar a sede histórica do partido em Curitiba à venda para pagar dívidas da legenda da última campanha eleitoral. A informação é do blog da jornalista Roseli Abrão. O imóvel, localizado em área nobre, na Avenida Vicente Machado, no bairro do Batel, é avaliado em R$ 2,3 milhões. A venda foi decidida pela Executiva Estadual do partido, atualmente presidida pelo ex-deputado federal João Arruda, sobrinho do ex-governador Roberto Requião. Dívidas da campanha de 2014 teriam sido pagas com dinheiro do fundo partidário, o que é proibido por lei. Para não correr o risco de perder os recursos do fundo, restou vender o imóvel para cobrir os débitos.

Decadência
Nas últimas eleições, o MDB manteve a trajetória de encolhimento que já vinha registrando nos últimos anos. Principal liderança do partido no Estado, Requião não conseguiu se reeleger para o Senado, ficando sem mandato. João Arruda, que disputou o governo, terminou a eleição com 705.976 votos, ou 13,19% dos votos válidos, atrás do governador eleito, Ratinho Jr (PSD) e da ex-governadora Cida Borghetti (PP).

Retalhamento
O deputado federal Rubens Bueno (Cidadania-PR) alertou ontem que um excesso de cortes no texto da reforma da Previdência será prejudicial ao país. Ele é contrário, por exemplo, a retirada de estados e municípios da proposta. “Retalhar demais a reforma é caminho certo para o fracasso. Se começarmos a retirar estados, municípios e darmos tratamento especial para um número excessivo de categorias a reforma não se completa nunca. Ela tem que ser para todos e principalmente para os que ganham mais e se aposentam cedo”, defendeu. Por pressão de alguns estados, a comissão l que analisa a matéria já vem estudando um mecanismo para incluir na reforma apenas os estados mais endividados e com o maior número de idosos. “Não creio que esse seja o caminho. O ideal é aprovarmos uma regra geral”, avalia.