Economia

Ivan Santos

Arnaldo Alves AEN

O corte de 30% dos salários do governador Ratinho Junior, do vice-governador Darci Piana, secretários de Estado, controlador-geral do Estado, superintendentes e diretores da Agência Reguladora do Paraná (Agepar) vai atingir 32 servidores, representando uma economia de aproximadamente R$ 226 mil por mês. O dinheiro, segundo o governo, será destinado ao Fundo de Combate à Pobreza do Estado para financiar ações contra a Covid-19 e também ajudar nos efeitos econômicos e sociais da crise. A medida vale enquanto durar a pandemia.

Efeito cascata
De acordo com a Casa Civil, para evitar um efeito cascata em diversos salários, incluindo também representantes dos demais poderes, o corte será feito por meio de desconto em folha, sem a necessidade de uma regulamentação específica. Atualmente, a remuneração do governador é de R$ 33,7 mil, teto no Paraná. Por lei, o o salário do vice e dos secretários é fixado em 95% e 70% desse valor, respectivamente. Com a medida em vigor, o governador passa a receber cerca de R$ 23,6 mil – desconto de R$ 10,1 mil. O vice-governador R$ 22,4 mil; secretários, controlador-geral e diretores R$ 16,5 mil; e superintendentes R$ 15,1 mil.

Pressão
Em carta assinada por governadores de 25 Estados, incluindo Ratinho Júnior (PSD), do Paraná, eles apelam “para o espírito patriótico” do Senado para a aprovação do projeto pelo reconhecimento do empenho na adoção de medidas sociais, sanitárias e federativas “neste momento de terrível crise”. Só os governadores de Rondônia, Marcos Rocha, e de Roraima, Antonio Denarium, ficaram de fora do abaixo-assinado. Ambos são do PSL e alinhados ao presidente Jair Bolsonaro.

Força
A pressão dos governadores ganha força num momento em que o governo federal apresentou uma proposta alternativa à da Câmara e busca apoio do Senado para alterar o texto dos deputados. A Frente Nacional de Prefeitos também deu apoio ao projeto. O governo não aceita dispositivo do projeto que garante a compensação por seis meses da perda de arrecadação, durante o período, do ICMS e ISS – tributos cobrados pelos governos regionais. Com uma perda de 30%, o custo ficaria em R$ 93 bilhões, segundo estimativa da equipe econômica.

Lembrado
O ex-deputado federal paranaense, Aberlardo Lupion, foi citado por Luiz Henrique Mandetta durante seu último pronunciamento como ministro da Saúde, ontem, após o anúncio de sua demissão pelo presidente Bolsonaro. Mandetta – que assim como Lupion é do Democratas – agradeceu as orientações do paranaense na área política.

Ciência
Ao avaliar a demissão de Mandetta, o vice-presidente do Cidadania, deputado federal Rubens Bueno, disse esperar que o novo ocupante do cargo, Nelson Teich, mantenha a linha de respeitar os preceitos da ciência e dê continuidade ao trabalho técnico que vinha sendo executado no combate ao avanço do coronavírus no país. Com relação a possibilidade de flexibilização da estratégia de isolamento social, levantada por Bolsonaro, o parlamentar só fez um alerta: “Não é possível flexibilizar vidas”.

Curas miliagrosas
O deputado lamentou a saída de Mandetta e de parte de sua equipe, mas desejou sucesso ao novo ministro. “Desejo êxito, mas sem a propagação de curas milagrosas para confrontar a ciência. Todos estamos preocupados com os empregos e com a economia, só que a vida sempre deve vir em primeiro lugar”, resumiu.