Franklin de Freitas

A ex-primeira dama e secretária de Estado da Família, Fernanda Richa, esposa do ex-governador Beto Richa (PSDB), preso na sexta-feira pela força-tarefa da Lava Jato na Operação Integração, que investiga um esquema de corrupção no pedágio, encaminhou à Justiça Federal uma “Petição de Esclarecimento” contestando afirmações feitas pelo Ministério Público Federal a ela na denúncia contra seu marido. Na denúncia, o MPF reproduz anotações da caixa de e-mail de Fernanda Richa, com o supostas provas de que ela teria conhecimento de práticas ilícitas do ex-governador.

Notícias
Na petição, a defesa da ex-primeira-dama esclarece que as anotações, na verdade, envolvem simples reproduções de notícias veiculadas pela imprensa, sobre acusações contra o governo Richa. “Todos esses temas eram notícias de jornal da época (ano de 2014), às portas do período eleitoral. A interessada, então, anotou os temas das notícias nesse rascunho de e-mail, que atribuíam a seu esposo, o Sr. Carlos Alberto Richa, supostos fatos desairosos”, explicam os advogados de Fernanda Richa, que lamenta, ainda, não ter sido procurada pelo MPF para esclarecer esses fatos.

Desatualizado
Além de ignorar a segunda prisão de Richa em sua página oficial na internet, o PSDB do Paraná também não toca no assunto nas páginas da legenda nas redes sociais. No Facebook, a última postagem da página do PSDB paranaense é justamente um vídeo de Richa, datado de 2 de outubro, durante a campanha eleitoral, com ele se defendendo ainda da primeira prisão, em 11 de setembro de 2018, na Operação Rádio Patrulha, que investiga fraude em licitações para obras em estradas rurais. No twitter do partido, a última publicação também é um vídeo de 17 de setembro, com Richa também falando sobre sua primeira prisão no ano passado.

Sem defesa
Os tucanos também não se animaram a fazer qualquer defesa do governo do partido após a apresentação da denúncia à Justiça pelo Ministério Público Federal, na última segunda-feira, na qual os procuradores apontam que Richa e seu irmão, o ex-secretário da Infraestrutura e Logística, José ‘Pepe’ Richa (PSDB), comandariam um esquema que teria recebido pelo menos R$ 35 milhões de propina das concessionárias, em troca do cancelamento de obras nas rodovias e aumento de tarifas do pedágio. Na apresentação da denúncia, o procurador Diogo Castor chegou a afirmar que o esquema seria “o maior desvio de dinheiro já comprovado da história do Paraná”.

Índios
O deputado federal Sérgio Souza (MDB) se reuniu com o vice-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Nabhan Garcia, para tratar sobre as demarcações de terras no Oeste do Paraná. O encontro ocorreu ontem na Secretaria Especial de Assuntos Fundiários. Durante a conversa, o parlamentar expôs a atual situação dos produtores rurais de Guaíra, Terra Roxa e Altônia e solicitou que a questão fosse priorizada pela secretaria, que é o atual órgão responsável pelas demarcações de terras indígenas.

Insegurança
De acordo com o deputado, a Fundação Nacional do índio (Funai) apresentou despacho publicado no Diário Oficial da União, em setembro de 2018, reconhecendo terras de propriedade rural como sendo área indígena nos municípios de Altônia, Guaíra e Terra Roxa. Souza argumentou que imagens de satélite da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Defesa Nacional nessas cidades provam que quando da promulgação da Constituição de 1988, não havia existência de ocupação indígena no local. Ele advertiu, ainda, que este é um ato ilegal, já que o STF decidiu que se deve aplicar o Marco Temporal para se definir o que é área de propriedade de índio e o que é de propriedade rural.