
Fontes da Assembleia Legislativa asseguram que o deputado estadual Fernando Francischini (PSL) já garantiu os votos necessários para ser eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) – a mais importante da Casa, por onde passam todos os projetos em discussão. Segundo essa versão, oito dos 13 parlamentares que serão indicados para compor a CCJ assinaram um documento declarando voto para Francischini. Com isso, o deputado Nelson Justus (DEM) – que há anos preside a comissão – deve desistir da disputa. A CCJ era o último “bastião” de Justus dentro da Assembleia, desde que ele foi alvejado pelas denúncias de desvio de recursos de funcionários “fantasmas” na série de reportagens da RPC/Gazeta do Povo intitulada “Diários Secretos”.
Contrariado
A virtual vitória de Francischini foi garantida com o apoio do governador Ratinho Júnior (PSD). Apesar de publicamente afirmar que não interferiria na disputa interna do Legislativo, Ratinho Jr pediu votos aos deputados de sua base parlamentar para o deputado do PSL. O governador teria ficado contrariado com um vídeo gravado durante a última campanha eleitoral em que Justus faz críticas a ele. O deputado do DEM apoiou a candidatura à reeleição da ex-governadora Cida Borghetti (PP).
Sinalização
A sinalização do Palácio Iguaçu em favor de Francischini ficou clara depois que o líder do governo na Assembleia, deputado Hussein Bakri (PSD), anunciou que votaria nele, em detrimento da candidatura de Justus. A eleição para a CCJ está marcada para a próxima terça-feira. Até segunda-feira, os partidos e blocos devem confirmar as indicações para a comissão.
Água
As declarações do novo presidente da Sanepar, Claudio Stabile, segundo as quais a companhia estuda antecipar o reajuste de 25,63% na tarifa da água, inicialmente escalonado até 2015, repercutiu mal na Assembleia, inclusive entre parlamentares alinhados ao governo Ratinho Jr. Um dos criticou a ideia, ontem, foi o Solado Fruet, deputado de primeiro mandato eleito pelo PROS. “Não sou situação, nem oposição. Se eu tiver que escolher um lado, escolherei o lado do povo”, disse ele, afirmando que o aumento não tem cabimento.
Lucro
O deputado Requião Filho (MDB) rebateu as informações segundo as quais o aumento seria uma forma de compensar o congelamento das tarifas durante o governo de seu pai, Roberto Requião. “É totalmente desnecessário, uma vez que as contas estão em dia, a Sanepar deu lucro nos últimos anos, com aumentos sucessivos acima da inflação”, disse. Segundo ele, acionistas da Sanepar teriam procurado o então candidato ao governo do MDB, ex-deputado federal João Arruda, durante a campanha, com essa proposta.
Mar territorial
O deputado federal Gustavo Fruet (PDT) reapresentou, ontem, na Câmara o projeto que confere ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a tarefa de traçar a projeção dos limites territoriais marítimos dos Estados e Municípios. Fruet já havia apresentado o projeto em mandato anterior (2002). Como o projeto não foi aprovado acabou sendo arquivado ao final daquela Legislatura, como prevê o regimento da Casa.
Royalties
“O objetivo é garantir a justa participação nos resultados ou pagamento de compensação financeira, os chamados royalties, entre estados vizinhos produtores de petróleo e gás natural. Apesar de ser um estado produtor, o Paraná é prejudicado pelos atuais limites territoriais marítimos”, explicou Fruet.