O Paraná, pela primeira vez em 53 anos, será governado por ex-deputado (a) federal que não tenha sido senador ou prefeito de Curitiba no mandato anterior ao pleito. Todos os últimos governadores eleitos foram prefeitos de Curitiba ou senadores da República. Beto Richa (PSDB), Roberto Requião (MDB) e Jaime Lerner (ex-PFL) eram prefeitos da capital quando foram eleitos; e Alvaro Dias (PODE) e José Richa (ex-MDB), senadores. O empresário Paulo Pimentel, em 1965, foi o último governador eleito sem ter sido prefeito ou senador no período anterior à posse. Antes dele, no período militar, o Paraná teve governadores sem passagem pelos dois cargos, mas eles foram eleitos pelos deputados estaduais, sem voto direto.

Os “novos”
Agora, em 2018 nenhum dos postulantes ao cargo foi prefeito de Curitiba ou ocupou uma cadeira no Senado. Os quatro principais candidatos, o deputado estadual licenciado Ratinho Junior (PSD), a governadora Cida Borghetti (PP), o deputado federal João Arruda(MDB) e o ex-deputado federal Doutor Rosinha (PT) – têm, em comum, experiências na Câmara dos Deputados. Ratinho Jr foi deputado federal entre 2007 e 2014; Cida, governadora desde a renúncia de Beto Richa (PSDB) em abril, foi deputada federal entre 2011 e 2015; João Arruda está no seu segundo mandato na Câmara; e Rosinha esteve em Brasília em quatro mandatos consecutivos, entre 1999 e 2015.

Arruda é palanque de Meirelles
“Oposição” no Paraná, o candidato ao governo João Arruda (MDB) fez em Cascavel no fim de semana o primeiro palanque para o presidenciável do MDB, ex-ministro Henrique Meirelles, duramente criticado pelo senador Roberto Requião, presidente estadual do partido e tio de Arruda. Meirelles é o candidato do presidente Michel Temer (MDB) e tem sido evitado por políticos que não querem o nome ligado à baixa popularidade do presidente. Arruda já havia adiantado que cumpriria o estatuto do partido e faria ‘sala’ para Meirelles no Paraná. “O MDB tem um candidato a presidente e nós respeitamos o resultado da convenção”, afirmou.  

União dos adversários
A Justiça Eleitoral deve decidir nesta semana se atende a um pedido inusitado. Um grupo de advogados, que individualmente representam os candidatos ao governo do Paraná Doutor Rosinha (PT) e Cida Borghetti (PP), além dos candidatos ao Senado Mirian Gonçalves (PT), Beto Richa (PSDB) e Roberto Requião (MDB), pede ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) que reveja o método determinado para a entrega das mídias das inserções dos candidatos majoritários e proporcionais para a propaganda eleitoral em rádio e televisão no interior do Estado. Em reuniões na segunda e nesta sexta-feira (24) para definição do plano de mídia, o TRE decidiu que a entrega seria feita, em regra, através de protocolo físico, sendo determinado que fosse em um disco óptico (mídia XDCam no formato MXF).

Mídia de alto custo
Os partidos alegaram que a entrega física da mídia considerada de alto custo poderia prejudicar as campanhas. Em despacho dessa quinta-feira, o juiz Ricardo Augusto Reis de Macedo, do TRE, determinou que as alternativas apontadas pelas campanhas sejam checadas pelas Secretaria Judiciária em prazo de 24 horas e que os políticos assinem procuração aos advogados para comprovar que os representam. Após as considerações, o TRE poderá alterar a forma de entrega das mídias.