Urgência

Redação Bem Paraná

Lucilia Guimarães/SMCS

Além do socorro às empresas de ônibus, os vereadores de Curitiba votam nesta semana mais três projetos do prefeito Rafael Greca (DEM) em regime de urgência. Amanhã, entra na pauta a proposta que prevê à manutenção do pagamento de contratos de terceirização durante a pandemia da covid-19 e o remanejamento de fundos especiais. Na quarta-feira, serão votados os projetos que pretendem adiar o pagamento de parcelas do Programa de Recuperação Fiscal de Curitiba (Refic) e parcelar débitos do município com o Fundo PIS/Pasep.

Empregos
A manutenção do pagamento de contratos terceirizados, cuja execução dos serviços tenha sido suspensa total ou parcialmente em razão da pandemia, seria condicionada ao compromisso formal de não demissão dos trabalhadores e do repasse integral de seus salários, além dos respectivos encargos obrigatórios pelas empresas beneficiadas. Também são previstas “outras condições e contrapartidas, a critério do órgão ou entidade contratante”. Em caso de descumprimento desses requisitos, haveria a “imediata suspensão dos pagamentos futuros e a obrigação de devolução dos valores utilizados indevidamente”.

Fundos
Em relação ao remanejamento dos fundos especiais do Meio Ambiente, Saneamento Básico, Recuperação de Calçadas, Abastecimento Alimentar e de Habitação de Interesse Social para conta única do tesouro municipal, a justificativa do Executivo é “assegurar maiores possibilidades orçamentárias e financeiras ao enfrentamento da pandemia”. Os recursos seriam de livre aplicação, a critério do prefeito, após decreto regulamentador. A mensagem ainda prevê o aporte de R$ 48,7 milhões ao Instituto Curitiba de Saúde (ICS).

Refic e PIS/PASEP
As outras duas mensagens tiveram o regime de urgência aprovado na sessão da última quarta-feira (29). Segundo o projeto de lei referente ao Refic, as parcelas referentes de abril, maio e junho poderiam ser prorrogadas para julho, agosto e setembro, respectivamente. A proposta beneficiaria quem aderiu ao programa nos anos de 2004, 2008, 2011, 2014 e 2015. “Essa medida visa estimular a economia local, com a manutenção de recursos financeiros no caixa das empresas curitibanas”, justifica o Executivo.

Jetons
Já a Assembleia Legislativa vota hoje projeto dos deputados Tiago Amaral (PSB) e Homero Marchese (PROS) propondo que os jetons, uma remuneração extra recebida pelo comparecimento em reuniões nos Conselhos de Administração e Fiscal ou órgãos equivalentes de empresas controladas direta ou indiretamente pelo governo, sejam publicadas no Portal da Transparência. Ao contrário dos salários pagos aos servidores, essas remunerações não são divulgadas e na prática, empresas como Copel, Sanepar e Compagas terão que divulgar remunerações e gratificações pagas aos seus conselheiros. A proposta inclui empresas públicas de economia mista, fundações e autarquias.

Informação
“A gente não está questionando o valor. O que acontece é que a gente não consegue ter acesso à informação justamente porque não é divulgado. Acessando as pautas dos conselhos das empresas é possível ver o total, mas não individualizado. Nunca foi possível ter essas informações com clareza. Essa transparência é necessária para toda a sociedade até para melhorar o controle e a fiscalização”, explica Amaral. “A regra será a transparência total. A exceção só existirá quando o próprio interesse público assim o determinar. O contribuinte paranaense tem o direito de supervisionar os atos e gastos da máquina pública que ele sustenta”, diz Marchese.