O perfil digital revela o real?

Ronise Vilela | ronisevilela@gmail.com

Rá! Questão shakespeariana do século XXI. Quantas vezes me deparei com isso, se aquilo que se posta é aquilo que se é. Pois bem, considero sempre em toda e qualquer instância, plataforma, estado alterado quimicamente (seja por drogas, desequilíbrio hormonal ou outras substâncias produzidas pelo nosso organismo) revelamos quem somos ou quem alimentamos ser.

E ali, no status das redes que de forma consciente ou não, você demonstra seus gostos, seus preconceitos, sua opinião, seu estado de espírito. E os que não revelam nada, de alguma forma mostram seu voyeurismo, modo blasé ou apenas que só mantém um perfil para não se sentir fora da bolha. Bem, também pode se tratar de um stalker profissional.

Reflexão

Mas vale refletir eu esse mix das redes sociais, do mundo digital é uma forma miúda de conceituar a pessoa. Esses dias postei no Facebook que minha impressão era de que a rede estava muito chata. Hoje penso, há realmente fases chatas, repetitivas e a rede amplia esse quadro, porque estamos ultra conectados numa espiral de se retroalimentar do mesmo. O vídeo viral aparece no seu feed de uma maneira ou d outra. Se caso passou batido na sua linha do tempo, provavelmente receberá o mesmo conteúdo no Messenger, Whatsapp ou numa roda de amigos, onde alguém invariavelmente irá comentar sobre o rato tomando banho. E perceba, acabamos fisgados por uma necessidade de saber do quê se trata, para não ser um estranho no ninho.

E talvez, isso revele o quanto agimos de forma automatizada, deixando nossa autenticidade à deriva. Vamos replicando em série. Então se somos aquilo que postamos, parecemos muito semelhantes hein?