O que é ser pai para você?

Ronise Vilela | ronisevilela@gmail.com

Arquivo Pessoal - Villela com os filhos e netos antes da pandemia

A pergunta foi aberta em rede social, com a finalidade de entender e conhecer um pouco como os pais se enxergam. E então percebo um quadro mais comum do que se imaginava: eles não se manifestam. Filhos, mães e homens que não conheceram a paternidade como experiência de vida publicaram seus relatos e impressões, desde denúncias de ausência, até arrependimento por não ter se aventurado nesse papel. Exceção aos pais que já são avôs, replicando a máxima que a segunda opção é mais saborosa que a primeira.

Filhos por sua vez, expressaram saudades dos pais que já morreram e outros, do exemplo que são em suas vidas. Com a expressiva falta de presença paternal, observo que há uma invisibilidade nesse papel social. A sociedade patriarcal ainda conserva a figura do provedor, mesmo com todas as mudanças da mulher ativa no mercado de trabalho, maternidade solo e todas as circunstâncias já conhecidas. Contudo, o comportamento convencional da mulher cuidar das crianças, da educação delas e do dia a dia, colocando o pai como assistente, resulta nessa equação de posição secundária, no que diz respeito ao efetivo envolvimento do pai na vida do filho.

Vamos destrinchar isso: o pai não ajuda a mãe, ele tem uma função nisso; outra coisa, a mulher querendo que o homem exerça o papel dela na educação. Creio que o embate se dá por conta de não se estabelecer uma comunicação honesta. O pai é diferente da mãe. Mãe igualmente diferente do pai. Esses dois jeitos são essenciais para a educação do filho.

Simplicidade – Juarez Villela, 75 anos, meu pai há cinco décadas foi meu entrevistado. E na pergunta que leva o nome desse texto, o que é ser pai para você, embora surpreso, respondeu sem titubear: “ser pai é simplicidade”. Ele disse que é importante estabelecer cumplicidade com os filhos e que pai representa “uma defesa, um escudo, não só para o filho como para a família”.

Villela sempre se posicionou como pai, com erros e acertos, mas estava ali marcando presença como um bom zagueiro que sempre foi nos tempos de jogador de futebol.

Hoje já aposentado das competições do futebol profissional, treina garotos da faixa de 10 a 12 anos no interior do Rio Grande do Sul e deixa aqui suas pílulas de sabedoria.

“Pais, os filhos querem conhecer os seus limites. As mudanças do mundo estão cada vez mais rápidas, acompanhem, mas saibam das manobras para que eles respeitem a direção. Isso quem faz é o adulto. E outra coisa é resgatar sempre seu filho, trazer para junto de si para nós conhecermos quem eles são. Vá até seu filho, independente da idade!”

E encerro agradecendo a Deus por ter um pai e amigo tão maravilhoso como esse.

 

*Ronise Vilela é criativa de Comunicação Afetiva, Jornalista, Escritora e Psicanalista Integrativa.

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