Protestos sustentáveis
É preciso pensar de forma sustentável até mesmo para protestar. As motivações que têm levado milhares de pessoas para as ruas, em diversas cidades, devem servir para incentivar os brasileiros a lutar e cobrar reformas estruturais na política do país, mas de forma pacífica, democrática e ambientalmente correta.
Depredação de patrimônio público e privado só gera prejuízo, seja ele, econômico, social ou ambiental. Basta pensar nos recursos naturais “não renováveis” e econômicos que serão gastos para substituir 126 vidros quebrados na prefeitura de Curitiba, as estações-tubo, orelhões, lixeiras, placas e danos gerados ao comércio. Vale lembrar, que o quebra-quebra e as ações de vandalismo, além de tudo, geram resíduos para serem coletados. Imagine o tamanho do desperdício gerado em todas as cidades em que estão ocorrendo protestos?
Mídia e Negócios
O Fórum Mundial de Meio Ambiente, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE), reuniu 405 empresários para discutir ações relacionadas ao tema. No evento – realizado nos dias 21 e 22 de junho – empresas como a Coca-Cola, Tetra Pak, Braskem, KPMG, Instituto Reanult, Renergy Brasil, Wherlpool, Latin América, entre outras, puderam mostrar suas iniciativas em prol da sustentabilidade. Ao final do evento, os participantes levaram para casa souvenirs, ecologicamente corretos, produzidos pelas empresas. Chamou atenção: um grampeador que funciona sem o uso de grampos, uma ampulheta do tempo que marca exatos cinco minutos de banho sustentável e pode ser fixado na parede do banheiro e ainda, um jogo americano confeccionado com material reciclado a partir de embalagens de leite e suco.
(Foto Denis Ferreira Netto)
Pacto de águas
O Paraná é o primeiro estado da região Sul a firmar o pacto pela qualidade das suas águas. O decreto foi assinado pela Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; pelo governador Beto Richa; secretário do Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida e o presidente da Agência Nacional de Águas; Vicente Andreu, na abertura do Fórum Mundial do Meio Ambiente. Ao aderir ao Pacto, o Paraná compromete-se a desenvolver ou aperfeiçoar ações, entre elas, a rede de monitoramento de rios, formação de banco de dados sobre disponibilidade hídrica, elaboração de estudos e planos de bacia e implantação da cobrança pelo uso dos recursos hídricos.
Jean-Michel Cousteau
Jean-Michel Cousteau, oceanógrafo, ambientalista e fundador da Ocean Futures Society, chamou a atenção para o fato de que há apenas um sistema de água no mundo e todos dependem dele. “O momento é crítico. Precisamos encontrar soluções para proteger os seres vivos do planeta”, afirmou durante o painel “Serviços Ambientais dos Oceanos”, no Fórum Mundial de Meio Ambiente, em Foz do Iguaçu.
Segurança Hídrica
Em seu discurso, na abertura do Fórum Mundial do Meio Ambiente, a Ministra, Izabella Teixeira, disse que o Brasil está fazendo um diagnóstico da capacidade de armazenamento de água por habitante para discutir a sua segurança hídrica. “Com isso, os reservatórios das usinas não terão apenas o papel de gerar energia, mas de garantir o armazenamento de água. Isso se deve aos cenários de vulnerabilidade que estão sendo estabelecidos no planeta”, disse. Segundo ela, em alguns estados americanos, por exemplo, a média de armazenamento de água por habitante é de 6 mil metros cúbicos, enquanto em países pobres a média é de 100 metros cúbicos por habitante. “Sustentabilidade é trabalhar temas como segurança hídrica, conservação da biodiversidade, produção de alimentos, clima e gestão estratégica de energia de maneira conjunta nos estados”, alertou.
É possível reciclar
Você sabia que o Paraná gera 20 mil toneladas de lixo todos os dias e que apenas 15% não pode ser reciclado? Ou seja, 85% dos materiais, se forem separados e limpos, podem voltar para o mercado e para a cadeia produtiva. Existem pontos de coletas de resíduos como pneus, lâmpadas, pilhas e baterias e até mesmo óleo de cozinha em diversas cidades do Paraná. Em Curitiba, a Prefeitura recolhe nos terminais de ônibus. Já o caminhão da coleta seletiva do lixo passa em dias alternados. Faça sua parte.
Ceres Battistelli é jornalista especializada em meio ambiente e coordenadora de comunicação da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos.