A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) comemorou, no final do mês de dezembro, 30 anos de trabalho pela conservação da biodiversidade, com atenção especial à Floresta com Araucária e à Floresta Atlântica. A SPVS nasceu no início dos anos 80 com a motivação de seus fundadores em buscar espaço para possibilidades no campo da conservação da biodiversidade no Paraná. Hoje, é reconhecida como uma das organizações do terceiro setor conservacionistas mais atuantes no Brasil.
Destaque
Um dos trabalhos de maior êxito da instituição da SPVS é a manutenção de 18,6 mil hectares das Reservas Naturais das Águas, Guaricica e Papagaio-de-cara-roxa, nos municípios de Antonina e Guaraqueaçaba, na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guaraqueça, no litoral paranaense. Desde 1991 a SPVS atua na região com apoio à comunidade – como o Projeto de Meliponicultura –, geração de empregos e renda e de receita para os municípios por intermédio do ICMS Ecológico, pesquisas científicas, manejo de áreas naturais e proteção de espécies ameaçadas que ocorrem na região.
Estudo aponta valor das unidades de conservação
A Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza desenvolveu um estudo inédito no Brasil que aponta os benefícios sociais e econômicos da criação e manutenção de Unidades de Conservação (UCs). O lançamento do estudo faz parte das comemorações dos 25 anos da instituição, cujos projetos apoiados já beneficiaram cerca de 500 UCs em todo o país. Além de valorar os benefícios gerados pelas duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs) pertencentes à instituição, que juntas somam 11 mil hectares, o roteiro de como os cálculos foram realizados foi disponibilizado, sendo possível a sua aplicação em qualquer área natural.
Exemplos
No caso da Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba (PR), somando-se os benefícios econômicos e sociais locais, que envolvem diretamente Guaraqueçaba e entorno; e globais, aqueles que refletem na qualidade de vida do planeta, estimou-se a geração anual de cerca de R$ 2,1 milhões em benefícios, convertidos em valores monetários. Esse montante não inclui os benefícios diretos para a conservação, aqueles que envolvem a valoração da biodiversidade em si e que são incalculáveis, visto que areserva protege 2.253 hectares de Mata Atlântica, o ambiente natural brasileiro mais ameaçado, fragmentado e do qual só restam cerca de 10%. No caso da Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante (GO), que protege cerca de oito mil hectares, o valor chega a R$ 1,7 milhão ao ano. O valor também não inclui o benefício direto para a conservação: a reserva protege áreas do segundo ambiente natural mais ameaçado do país, o Cerrado.
Sistema reduz em 60% espera por licenciamentos ambientais
Com a implantação do Sistema de Gestão Ambiental (SGA), há um ano, o Paraná se tornou o primeiro Estado do Brasil a receber solicitações de licenciamentos ambientais via internet e a emitir dispensas de licenciamentos online. A ferramenta já reduziu em cerca de 60% o tempo de atendimento do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para deliberação de dispensas e licenciamentos online. O sistema tem como objetivo a padronização dos procedimentos e a redução do tempo de espera dos usuários para as emissões dos documentos por parte do IAP, melhorando a gestão ambiental do Estado. Com o SGA, os usuários podem fazer requisições pela internet e obter as dispensas de licenciamento ambiental na hora, além de acessar informações com mais facilidade. Um exemplo dessa eficácia é a redução do tempo de emissão da dispensa de licenciamento ambiental. No sistema anterior, o período médio de atendimento do IAP ao usuário era de 53 dias e hoje a expedição não demora um dia.