Danielle na exposição sobre Rita Lee. Foto: Adriane Wollmann

Os olhos claros, a pele branca, os cabelos vermelhos e o nome glamouroso de artista internacional não conseguiram ocultar ou mesmo arrefecer a alma brasileira de Rita Lee Jones, uma das musas da música brasileira e a verdadeira rainha do rock tupiniquim. Nasceu em São Paulo, mas era de outro planeta!

Foi com essa energia estelar e a sinceridade de quem não estava nem aí pra opinião alheia que Rita Lee fez história. E a trilha sonora da vida de tanta gente boa!

Rita não precisa de mais uma biografia – até porque ela mesmo se encarregou de escrevê-la –, um epitáfio ou mesmo uma homenagem póstuma. Rebelde, apaixonada pelos animais e pela natureza, fez da música sua principal linguagem. Estava longe de ser uma unanimidade. Como todo capricorniano autêntico, era amada e odiada na mesma proporção.

Rita era do mundo, da via láctea, do espaço sideral. Era gente, era santa, era bruxa!

Chegou a cogitar ser normal em Curitiba, amou ser cidadã carioca, mas era a Santa Rita de Sampa, cidade da qual foi classificada por Caetano como “a sua mais completa tradução”.

Nessa canoa furada da vida, remando contra a maré, Rita não buscou luxo nem lixo. Fez amigos, conquistou desafetos e não teve saúde suficiente pra gozar no final.

Foi mutante, tropicalista, transgressora e dependente do amor. Debochada e porra louca, foi intensa ao lembrar que as pessoas da sala de jantar são ocupadas em nascer e morrer. Ela não! Rita viveu e fez um monte de gente feliz. Inclusive eu!

Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e uma das milhões de fãs da musa do rock brasileiro.