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Elas têm cores, ritmos e sons diferentes. Fazem parte da trilha sonora da vida da gente e são essenciais nos mais diferentes momentos. Integram aquele grupo arrojado e audacioso ao qual se pode chamar de “amigas”. Costumam ser encontradas em espécies como irmãs, comadres, vizinhas, parceiras de trabalho, de faculdade ou de balada.

Cúmplices, são capazes de se transformar em enfermeiras, conselheiras, psicólogas, cozinheiras, manicures, maquiadoras, DJs, decoradoras, babás, o que for necessário pra promover o bem-estar alheio.

Quando em bandos, compõem uma categoria que desafia a curiosidade humana, a qual é incapaz de compreender o volume das risadas, a intensidade do choro e o potencial curativo de um brigadeiro de panela compartilhado.

Se as mulheres são um mistério, a amizade feminina ainda é uma verdadeira revolução social. Amizades com tons e acordes únicos e que fazem a diferença na vida de outras mulheres.

Na trilha sonora da minha vida, tenho aquelas que são heavy metal: barulhentas e agressivas, têm timbres inconfundíveis e costumam escancarar o caos ao seu redor. Causam e sabem disso. Intensas, passam sua mensagem e deixam sua marca onde colocam os pés. Ideal para os dias que você precisa de um chacoalhão de realidade.

O outro grupo é pura bossa nova: apenas com um banquinho e um violão, conseguem dar o ritmo aos debates da vida, do amor, da saudade, numa mistura de aula de filosofia e sessão de psicanálise. São melódicas, harmoniosas, falam baixo e não há limitação de dosagem.

Há aquelas que são rock in roll: agradam ao grande público, têm alta adesão e costumam falar a verdade nas entrelinhas, em estrofes metafóricas de releituras do mundo. Transgressoras e rebeldes, são autênticas e contagiam com seu ritmo que acompanha os acordes da guitarra elétrica. Quando falta ânimo ou bate a tristeza, elas são indicadas em altas doses.

Tem a sertaneja, com um estilo que pode até parecer meio caipira, mas que, na base da prosa e da melodia, sabe ouvir e falar das coisas do coração e dos desafios da vida. Essa é pura essência, fala cadenciada, assertiva e sempre disposta a compartilhar suas experiências e peripécias. Ideal pra aqueles dias que a gente precisa de um abraço quente e aconchegante.

E a amiga que é um verdadeiro samba. Ela evolui conforme o contexto em que está. Se a situação é triste, chora junto. Se é momento de alegria e descontração, é ela quem comanda o pandeiro e o tamborim, sem perder o rebolado e nem ficar envergonhada no meio dos desconhecidos. Sem contraindicação, é recomendada sempre e a todo momento, seja para nascimentos, festas de aniversário, velório ou casamento.

Tem de outros ritmos e nos diversos volumes. Exigem apenas parceria, honestidade e transparência.

Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e têm amigas de todos os ritmos.