
Tem dias que a gente acorda e parece estar dentro de um liquidificador ligado: sem parar um segundo. Nesse looping constante da vida, o jeito é ir organizando as ideias durante o banho, meditando enquanto treina e planejando o cardápio da semana entre o caminho de casa e o do trabalho. Só que a vida não para por aí e uma questão é essencial pra não enfartar: saber quais são as batalhas que realmente valem à pena.
Nesse meio tempo chamado “dia” existem milhares de atitudes que podem mudar o rumo das coisas. Às vezes, virar à esquerda no trânsito pode evitar um acidente ou permitir encontrar o amor da sua vida parado no próximo semáforo. Como saber?
Pesquisas indicam que, em 24 horas, um adulto precisa tomar cerca de 35 mil decisões. Das mais simples, como a forma de adoçar o café, até a abertura de um novo negócio ou um pedido de demissão. A questão é: com qual delas vale gastar os neurônios? A menos que se trate de alguém que gosta de arrojar no cardápio do café da manhã, eu investiria nas outras opções.
O general chinês Sun Tzu, em seu livro “A Arte da Guerra” – uma daquelas badaladas obras que atravessa os séculos graças aos conselhos que servem tanto pros militares (pra quem foi originalmente escrito) quanto pra políticos, gestores empresariais ou simplesmente pra pessoas que querem sobreviver no mundo corporativo – destaca a importância de saber escolher os campos de batalha com cuidado e estratégia.
A ideia central de todo o enredo é que a melhor maneira de vencer uma guerra é evitar o conflito, sempre que possível. Detalhe: Sun Tzu viveu por volta do século IV a.C. Eu diria que foi um homem visionário, à frente do seu tempo.
Entre numa discussão se for pra sair dela com mais argumentos, mais aprendizado e não com raiva e inimigos. Vá ao cinema se aquele momento for prazeroso, trouxer novidades, gargalhadas ou conhecimento. Encontre os colegas de trabalho no happy hour não por obrigação, mas pra se aproximar das pessoas com as quais você convive diariamente. Compre um livro que você vá ler com satisfação até o final. Evite fazer as coisas no piloto automático, só porque o mundo exige.
A vida já traz batalhas prontas demais, escolha aquelas que realmente merecem sua atenção!
Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária e não gasta mais neurônio com batalha perdida.