
Desde que foi anunciada a turnê do Coldplay no Brasil, há cerca de um ano, tenho escutado o nome da banda britânica diariamente. Mais que isso: tenho acompanhado o frenesi de uma pequena parcela de fãs, onde incluo minha irmã e algumas amigas muito próximas. E eu, no meu mundinho paralelo, fico me perguntando de qual bonde eu caí por sequer deixá-los fazer parte da minha playlist.
Até pra dizer que se trata de uma banda britânica de rock alternativo precisei recorrer ao Google. Uma das poucas músicas que eu sei que eles tocam é Viva la Vida.
Eu não sou um ET ou algum outro alienígena caído de alguma órbita desconhecida. Mas o meu gosto musical é diferente. Só isso! Viva a democracia! E nele entram poucos os artistas ou bandas que não tenham o português ou o espanhol como idioma principal.
Claro que no meu repertório particular há espaço inclusive para algumas estrelas internacionais de primeira grandeza. Esses dias vi que o Morumbi, em São Paulo, virou um fervo só por conta – novamente – do Coldplay! Pelas imagens que vi na internet, era quase a versão moderna do dilúvio do Noé. E o povo lá, feliz da vida, cantando A Sky Full of Stars. Gente, que estrelas foram possíveis enxergar naquela chuva torrencial que caía na Terra da Garoa??
Faço parte da espécie que saiu de Curitiba pra São Paulo só pra ver a exposição da Rita Lee, em 2021. Eu me emocionava em cada ambiente e não queria ir embora. Chorei diante da tevê no show de despedida do Milton Nascimento no final do ano passado e até agora não me conformo de não ter ido pessoalmente a Belo Horizonte acompanhar o espetáculo – e só não fui porque não consegui ingresso.
Até já encarei uma jornada Curitiba-São Paulo pra ver U2 – que eu amo! –, curti Iron Maden na Pedreira Paulo Leminski ano passado e me arrependo profundamente não ter ido no show dos Rolling Stones durante a turnê de 2016 no Brasil. Filhos pequenos justificam!
Mas daí a ficar horas e horas disputando ingressos – milionários, diga-se de passagem! – e mais uma infinidade de minutos mentalizando segurar o xixi pra não correr o risco de perder o lugarzinho tão duramente conquistado diante do palco, é outra história bem diferente.
E isso é o mais incrível da música: o poder de chegar a tantos espaços distantes e inimagináveis. Mesmo lá onde, diria a minha avó, “Judas perdeu as botas”. Já era assim antes do streaming, que chegou com tudo para divulgar bandas e artistas dos mais remotos pontos desse mundão de meu Deus!
Então aproveita a onda Coldplay – ou seja lá qual for – coloca no flow e aproveita pra descobrir outros nomes, outros compositores, outras mensagens líricas pra levar pra vida! E se joga, sem perder o ritmo!
*Danielle Blaskievicz é jornalista, empresária, nova colunista do Bem Paraná e curte coisas aleatórias, que vão da MPB ao pagode.