Foto: Vidar Nordli-Mathisen /Unsplash

A arquitetura desempenha um papel fundamental em como construímos e moldamos o mundo ao nosso redor. Além da construção física de edifícios, os espaços criados refletem as aspirações humanas, nossas emoções e como enxergamos nossa vida em sociedade.

Reflete também o que esperamos do futuro, uma afirmação importante nesta era de rápidas mudanças e incertezas. Apesar de o futuro ser um tema onipresente em discussões de todas as áreas, moradia e convivência são a essência da condição humana, e é a arquitetura que pode desvelar as soluções para a vida em sociedade.

Imprevisível, o amanhã traz apenas uma certeza: velocidade. Novas tecnologias, tendências em consumo e produtos, mudanças sócio-políticas, consequências ambientais – tudo vem a galope, sem nos permitir um tempo de aclimatação. Como nos prepararmos para viver em um mundo regido pela alta velocidade sem nos perdermos? Como seguir nossa natureza de seres humanos em um mundo que segue o ritmo de máquinas?

Estamos inundados com informações. É necessário encontrar um equilíbrio emocional em meio a esse mar de dados e à hegemonia tecnológica e colocar a sensibilidade novamente em pauta. Mais do que saber quais materiais e formas são a próxima tendência sustentável – uma forma de olhar para um futuro a curto prazo –, precisamos rever nossas ações para que a arquitetura seja facilitadora de reconexão com nossas emoções e com a natureza.

Precisamos redescobrir a importância e a complexidade das conexões humanas. A arquitetura tem a capacidade de nos guiar em direção a um mundo mais sustentável e emocionalmente equilibrado. Ela nos convida a olhar além das tendências superficiais e a abraçar a complexidade da experiência humana. Ao construir o mundo, arquitetos e profissionais do ramo têm a responsabilidade de considerar não apenas a estética, mas também o impacto social, econômico, político e ambiental de suas criações. À medida que exploramos as possibilidades do futuro, devemos lembrar que somos os construtores do mundo em que vivemos e abraçar a resiliência, cultivar a sensibilidade emocional e construir espaços que reflitam nossa essência e aspirações mais profundas.