
O conceito de bem-estar, também chamado de wellness, tem aparecido com força no mercado de arquitetura e construção civil. Essa tendência está redefinindo, entre outros ambientes, a maneira como as áreas externas são planejadas, projetadas e usadas. “Novos prédios apresentam mais plantas garden e varandas com espaço para natureza”, pontua o arquiteto e paisagista Denis Gusmão Rocha.
À medida que a conscientização sobre a importância do equilíbrio entre corpo e mente aumenta, também cresce o interesse em criar espaços ao ar livre que promovam a saúde e o bem-estar. Este estilo de vida voltado ao bem-estar holístico tem nas áreas externas um grande aliado. Jardins, pátios, varandas e terraços são essenciais, uma vez que espaços ao ar livre permitem a prática de exercícios, meditação, relaxamento e reconexão com a natureza.
A personalização desses espaços é o que define o uso que ele terá. Há quem prefira hortas de ervas e temperos; quem procura por uma área de lazer, com piscina e cozinha gourmet; um espaço para descanso, meditação e mesmo um pequeno spa particular, como ofurô, hidromassagem, fontes e espelhos d’água; ou ainda criar um ambiente que estimule a prática de exercícios, com espaço para esteiras de yoga, equipamentos de alongamento e até mesmo de academia.
Áreas externas e vegetação
A proximidade com a primavera aumenta a procura também pela repaginação de jardins, sacadas, varandas e floreiras, pois é o período em que as plantas brotam e florescem. Mesmo quem não tenha uma área externa, procura emular uma pequena “floresta” dentro de casa, com composições de folhagens nos cômodos, jardins de inverno e outras soluções para espaços internos com baixa insolação.

“Visito a casa do cliente para ver a área disponível, do que ele gosta e o que é possível fazer”, explica Denis. O uso de plantas é uma característica forte da biofilia, conceito relacionado também ao uso de materiais como pedra, madeira e fibras naturais, que apareceu forte na CASACOR Paraná 2023.
Paisagismo em projetos comerciais
Na arquitetura e design de interiores de projetos comerciais, essa busca pela natureza integrada também aparece. A integração de ambientes internos e externos a partir do uso de plantas é uma das vertentes mais fortes.
Denis Gusmão Rocha é o profissional responsável pelo paisagismo do restaurante DUQ, no Centro de Curitiba. Na área externa, de 180 metros quadrados, um painel vertical de 30 metros lineares traz uma composição de guaimbé, orelha-de-elefante, liriope, aspargus, dólar, cissus, oliveiras, samambaia e singônio.

No interior, a falta de luminosidade natural foi resolvida com iluminação artificial de estufa, e espécies como costela-de-adão, lírio-da-paz-gigante, asplênio, maranta, pau-d’água, zamioculca, jasmim-manga e philodendro cascata vicejaram e embelezam o hall.
“Há alguns anos, o paisagismo não era tratado como fundamental. Hoje ele é visto como a cereja do bolo, um complemento ao projeto de engenharia e arquitetura”, afirma Denis. “O paisagista está junto com o engenheiro civil e arquiteto para estipular o que será feito em uma área externa, se uma piscina, um passeio, um espaço gourmet. Esses projetos precisam de planejamento hidráulica e elétrica para que o paisagismo seja bem executado e implantado”, conclui.
Na quinta (24), Denis participa do talk “Um novo olhar para ambientes externos” na Sierra Curitiba junto do diretor da Construtora Monreal, Guido Garcia. A loja lançou sua linha exclusiva para áreas externas descobertas, com poltronas, sofás, mesas de centro e mobiliário de material tecnológico que apresenta grande resistência a intempéries e durabilidade.
Melissa Mussi | [email protected]