Ricardo Perini – Projeto Sum Architecture

Em um cenário ainda incerto, mudanças no espaço físico das escolas surgem como uma opção segura e eficiente na diminuição de riscos de contágio

No último dia 16, a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba (SMS) autorizou a volta das aulas presenciais em escolas particulares da capital paranaense. A retomada ainda é opcional e é válida para os ensinos Infantil e Fundamental I – para crianças de até 10 anos. Embora o tema ainda divida opiniões, a fim de diminuir o risco de propagação da covid-19, foram criadas várias recomendações como, por exemplo, o distanciamento de carteiras dentro de salas de aula, criação de novos espaços de higienização, novos controles de acessos e limitação do uso de áreas comuns.

Além de envolverem os âmbitos da saúde e da educação, as recomendações exigem adaptações do espaço físico escolar. “É aí que a arquitetura faz toda a diferença”, explica a arquiteta e especialista em projetos para espaços de aprendizado e criatividade, Roberta Jiraschek, da SUM Architecture. Segundo a profissional, o espaço escolar é um participante ativo em qualquer tipo de aprendizagem e importante facilitador da criatividade e liberdade de expressão, tanto de professores, quanto de alunos.

Com os novos requisitos, o grande desafio é de que forma será possível implementar fisicamente todas essas solicitações de maneira a causar um impacto positivo para os estudantes. “A grande pergunta é como nós, arquitetos, juntos com Saúde e Educação, podemos usar esta oportunidade para alavancar mudanças no ambiente de ensino que sejam saudáveis, proporcionem segurança, saúde física e emocional para os estudantes e professores”, pontua Roberta.

É importante refletir que o aprendizado é facilitado quando nos sentimos seguros e desenvolvemos uma relação emocional com o ambiente de ensino. Deste modo, muitas destas adequações podem permanecer mesmo quando a normalidade voltar, pois impactam positivamente o bem estar de todos os envolvidos.

Móvel desenhado pela Sum Architecture | Foto Ricado Perini

Além disso, focar em espaços e pedagogias que ofereçam uma reflexão sobre o indivíduo e, consequentemente, sobre o coletivo, é fundamental para um futuro mais humano. De forma que, embora a obrigatoriedade destas adaptações seja temporária, os conceitos ensinados e aprendidos nesse tempo fiquem na memória intelectual e afetiva de todos.