




Em seu primeiro ato de maioridade, a H-AL celebrou seus 18 anos em um desfile no Museu Casa Alfredo Andersen, na semana passada, com looks criados durante um projeto de residência artística, que durou dois meses. Neste tempo, os estilistas Alexandre Linhares e Thifany F. olharam para dentro, revistaram as quase duas décadas da marca, criaram e recriaram silhuetas, inventaram moda, provocaram, ressignificaram materiais, deixaram de lado padrões, bordaram afetos e conversaram com amigos que serviram de modelos e inspiração.
Coisa de gente grande, que olha para sua criação, honra a história, o compromisso com a sustentabilidade, com a diversidade, e segue em frente. Afinal, como eles mesmos dizem no tema escolhido para o desfile, “Transitória” é a moda, são os corpos, os momentos, somos todos nós. A ideia de que nada mais será como antes e que tudo pode mudar o tempo todo aproxima a moda desses dois da realidade e da arte, do futuro das narrativas, do upcycling, da roupa que não é só vestimenta, mas é também linguagem, discurso, revolução.
Amigos foram para a passarela desfilar e outros tantos, gente da moda, do jornalismo, das artes, lotaram o museu, para comemorar a trajetória consistente e transitória da H-AL. Sorte foi estar lá e de, nesses 18 anos, poder ver esses dois fazendo roupa autoral, subjetiva, independente, resistindo criativamente e oferecendo caminhos diferentes dos que estão por aí. Eu encerro a nossa sessão de Modaterapia de hoje, convidando vocês a experimentar esse mundo cheio de possibilidades e perceber que o ato de vestir vai tão além da roupa. Consumo é escolha, é um jeito de dizer a que veio e o que quer. Fiquem com alguns momentos desse desfile lindo! Obrigada por tanto, H-AL.