Aceite-se e vista-se de você

Larissa Jedyn, jornalista e consultora de imagem e estilo | ljedyn@gmail.com

Xadrez e volume aumentam a silhueta? Sim, e daí? Aqui, ela usou dos dois efeitos, mas optou por produção toda em só uma padronagem (Fotos: Reprodução/Pinterest)

Roupa no cabide é produto. No corpo, é moda. Tendência é estratégia de consumo e estilo é autoconhecimento. Misturar essas estações é, de certa forma, normal e muita gente cede aos encantos do consumo rápido, por impulso, porque está todo mundo usando ou porque a consultora de estilo indicou. Como se o vestir viesse de fora para dentro, quando, na verdade, ele precisa fazer o caminho contrário.

Estilos universais, técnicas para equilibrar formatos de corpo, cartelas de cores, tendências da estação e todo o arsenal usado para organizar silhuetas, códigos, formas e funções são úteis, mas, na mesma medida, padronizam demais, pasteurizam o gosto pessoal, encaretam os rebeldes. Se usar essas informações como ponto de partida, bom para você. O passo seguinte é mergulhar nas suas particularidades, respeitar sua natureza, saber que você vai mudar muitas vezes na vida, acertar o tom do seu discurso e se vestir de você.

O que estou querendo dizer é que ninguém precisa se adaptar aos modismos, às regras, aos códigos se não precisar ou não quiser. Quanto mais a gente se gosta e não vê problema em ser alta ou baixa demais, com pernas grossas ou finas, ter quadril largo ou não ter cintura, ser mais ou menos jovem, mais livre a gente fica, mais a moda se torna realmente democrática. Porque insistir em enfiar todo mundo em um padrão é castrador, é chato, é preconceituoso. E para ilustrar essa conversa, uma seleção de imagens que mostram uma tendência – o oversized – usada por mulheres diferentes, de maneiras próprias e deixando o caminho livre até para quem prefere modelos mais justinhos.