





Quando ganhou o Oscar por ‘Noivo Neurótico, Noiva Nervosa’ (‘Annie Hall’), em 1978, Diane Keaton vestiu seu blazer de costume, sobre um conjunto de saia e camisa. Blazer que, junto de outras peças do dito guarda roupa masculino, como calça de alfaiataria e gravata, virou marca registrada da atriz, que ficou conhecida por sua participação na franquia ‘O Poderoso Chefão’ e por sua parceria com Woody Allen. Diane faleceu neste fim de semana aos 78 anos.
Despretensiosa e cheia de graça, ela driblava com leveza os códigos de gênero e fugia dos padrões reconhecidos de feminilidade. Quando aparecia nos tapetes vermelhos com seus terninhos indefectíveis, vinham os comentários sobre suas apostas “agênero”. Mas era claro que Diane vestia-se dela mesma. De preferência acompanhada de chapéu e uma blusa de gola alta. Nesses dias depois de sua morte, li algo sobre esse ser o seu “manifesto silencioso de liberdade”. E ela o fazia sem exposição, concessões, sem stylist ou grifes renomadas.
Então, quando você colocar sua gravatinha para arrematar um look moderninho ou só porque está na moda, honre Diane, que o fez antes, muitas vezes, simplesmente porque deu vontade. Aliás, de Diane e de sua Annie Hall, guardo para mim – e desejo a você – a coragem sorridente, sem peso, sem amarras ou estereótipos.