Cate Blanchett, elegantérrima com o modelo Louis Vuitton, é adepta da beleza mais natural  (Fotos: Reprodução/Getty images)

Todo mundo lindo, bem vestido, com joias superpoderosas e looks exclusivos das maisons dos sonhos. O Oscar teve disso, mas teve também Lady Gaga de bumbum à mostra num Versace preto e salvando fotógrafo caído. O doido é que ela lacrou mesmo ao surgir na hora das apresentações musicais de cara lavada, jeans rasgado e camiseta. 

Se você acha que Gaga é hors concours, afinal, ela já apareceu por aí vestida com bifes de carne crua, então fique com Michelle Yeoh, que fez história ao ser a primeira asiática a levar a estatueta de melhor atriz e, de quebra, fez um discurso dedicado a outras mulheres, lembrando-as que ninguém pode determinar que o tempo passou para elas. Michelle tem 60 anos, é malaia e, mesmo desconhecida do grande público, já mora no nosso coração. 

Outra que bota o etarismo no bolso e samba na cara dos caretas é Cate Blanchett, que veio diva  num look Louis Vuitton (o mais elegante da festa toda, na minha opinião), aos 50 e poucos, com algumas rugas e muito talento,  mostrando que envelhecer é uma construção e infelizes mesmo são os que não envelhecem, não experimentam, não  sofrem, não vivem a vida adoidado.

Foi um sopro de esperança ver que a diversidade de idades, corpos e raças, o anticonvecional, o fora do padrão tiveram algum lugar neste Oscar. A beleza, afinal, é plural, mora nos olhos de quem vê, nos corpos de quem está feliz, de quem é o que quer ser. Bem melhor ver isso do que ter de se satisfazer apenas com a lista das mais bem vestidas.

Nada contra os modelitos, o metalizado da vez, a maquiagem ou o penteado que podem ser copiados nos seus momentos de puro glamour. Mas é legal ter também, pra variar, atitudes para copiar, inspirar e fazer pensar.