Brilho e atitude sempre foram marcas de Tina Turner (Stefan Wermuth/Reuters)
O visual inteiro é de poder absoluto (Rob Verhorst/Getty Imagens)

Falar o que quer que seja de Tina Turner dias depois de tantas homenagens é redundante. Sim, ela era forte, tinha uma voz potente, era corajosa, se superou depois de tantas dificuldades, ocupou espaços que não pareciam ser seus. Mas os tornou seus. Nos fez súditos, maravilhados com tanta energia, atrevimento. A sessão de Modaterapia da semana não é para sairmos imitando seus looks dos shows por aí. Mas é para entender que uma mulher é dona do seu corpo, do seu nariz, da sua vontade, do seu estilo e pode, sim, ser como quiser, em qualquer idade, com qualquer forma, sendo de que cor for, de que origem for.

Tina Turner usou a roupa, o visual, a atitude para reforçar a informação de que ela era incrível, poderosa e o quanto ela merecia ser respeitada e cultuada. Sua voz não passava desapercebida, nem ela com o cabelo volumoso, com o sorriso largo ou as saias curtas que revelavam as pernas maravilhosas. Ela arrastava multidões, emplacava sucessos, tirava todo mundo do lugar.

Duas coisas que eu ouvi sobre ela nesses dias e me chamara a atenção. Uma era sobre a moda de fato: ela dizia que era maravilhoso que as mulheres pudessem usar o que quisessem – independentemente da idade. E outra é que alguém falou que Tina Turner fez sucesso numa praia que não era sua, ou seja, não se consagrou na black music raiz. Ela quis o show bizz e ele foi completamente seu. Que coisa louca isso. E não vamos pensar que ela só conseguiu uma coisa e outra porque era famosa. Já sabemos da biografia pesada da diva. Ela cantou muito, lutou e sofreu outro tanto para poder ser livre. Que tal honrarmos tanto esforço e tantos talentos que vieram antes de nós?