




Que Glória era ver Glória Maria fazendo o que queria, sendo o que gostava, exercendo sua liberdade. A jornalista, que morreu na semana passada, deu anos atrás uma entrevista ao programa ‘Roda Viva’, em que falou sobre fazer as coisas do seu jeito, como, por exemplo, usar roupas curtas, roupas longas, justas, fechadas, absolutamente decotadas, com fendas, sem fendas, pelo simples fato de o corpo ser seu e ela poder fazer com ele o que quisesse.
Gloria fazia charme e não revelava a idade, até porque não obedecia limites. Ela decidiu ser assim. Não combinava com ela (nem deveria combinar com ninguém) limitar estilo, existência, sensualidade, graça, desejos por causa dos anos vividos ou da cor da pele. Ela também não esperava aprovação de ninguém. Se queria vestir minissaia, vestia. Se alguém achasse ruim, preferia ignorar. Também dizia não haver coragem nisso, ainda que a maioria de nós visse aquela deusa como uma revolução. Mulher, negra, de origem pobre, ela fez de tudo e do jeito que queria. Só isso nos basta como inspiração e aval. Portanto, queridas e queridos, se há uma homenagem a ser feita para Glória é exercitarmos a nossa liberdade.
O olhar do outro pode ser de admiração, nunca de limitação ou julgamento. Para quem ainda se sente inseguro com isso, na mesma entrevista ela deu a resposta certa. Ninguém sabe dos gostos, dos problemas ou das questões dos outros. Portanto, não tem nada a ver com a vida alheia. Deveria ser simples colocar isso na prática e viver do seu jeito, com seus amores, com a idade que for, com o corpo que for, da cor que for.
Mais inspiração? Só ela. Uma seleção de fotos deslumbrantes em seus variados estilos: sensual, criativo, esportivo, social, tudo dependendo do seu contexto e do que desse na sua veneta.