




Sabe aquilo que a gente tem falado aqui sobre escolher melhor as peças, olhar mais para a qualidade das roupas do que a quantidade, preferir peças que durem mais, investir em peças melhores e, às vezes, um pouco mais caras, com mais responsabilidade social e ambiental? Pois então, parte desses conceitos está inserida em uma nova tendência de moda, o chamado quiet luxury – isso mesmo, luxo silencioso, no bom português. Toda aquela gama de tons neutros, silhuetas despojadas, linhas limpas, alfaiatarias descontraídas colocaram os excessos, a extravagância, as proporções exageradas e a mania das logomarcas no mute.
As grandes grifes já se renderam ao estilo com ares clássicos, despojados, muito funcionais, bem construídos, que ficam entre o minimalismo e o normcore (aquela roupa de todo dia). Há quem diga que a tendência é menos sobre aparência e mais sobre experiência, aquele toque do bom tecido, a roupa que cai bem, o material que não amassa, aquela peça que se multiplica com poucas adaptações e segue perfeita.
O quiet luxury não é exatamente uma novidade. De tempos em tempos ele volta, com outro nome, e reforça esse conceito de que a elegância é discreta, silenciosa, mora nos detalhes e serve, sobretudo, a quem veste. Provavelmente, esta seja uma reação ao hiperconsumo, ao fast fashion, aos exageros. Levado ao pé da letra, o luxo silencioso chega a ser pedante, para muito poucos, mas o conceito não deixa de ser válido: um respiro de qualidade e bom senso para a hora de se vestir. Investir em poucas e boas peças pode ser uma solução mais inteligente, sustentável e viável para quem quer estar sempre bem vestido – sem precisar desembolsar fortunas por uma calça jeans e uma camiseta de luxo; mas podendo escolher essas mesmas peças, com mais algodão, menos elastano, por exemplo.