O Globo de Ouroé nosso e das 50+

Larissa Jedyn, jornalista e consultora de imagem e estilo | ljedyn@gmail.com
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Fernanda Torres “totalmente premiada” e chiquérrima com o longo preto de Olivier Theyskens (Chris Pizzello/Associated Press/Estadao Conteúdo)

O overposting hoje é inevitável. Fernanda Torres “totalmente premiada” no Globo de Ouro como a melhor atriz de drama, por Ainda Estou Aqui, é alegria pura, motivo de orgulho e de comemoração. O nosso recorte aqui é a moda, coisa que a bonita deu aula, afinal o longo preto, do belga Olivier Theyskens, acompanhado das joias do brasileiro Fernando Jorge, e o styling de Antonio Frajado mostraram que sensualidade pode ser chique e nada apelativa, que os excessos são opcionais e que a beleza vai além das obviedades.

Aliás, junto de Fernandinha, que tem 59 anos, outras divas 50+ desfilaram ultra talentosas, belíssimas, bem vestidas e empoderadas pelo Globo de Ouro.  Demi Moore, premiada por A Substância, fez um discurso forte, que mostra que mulheres maravilhosas como essas também sofrem com o etarismo, a comparação, o descrédito. O que dizer de nós, então. Olha que legal essa parte em que ela conta do conselho que recebeu: “Saiba que você nunca será suficiente, mas pode conhecer o valor do seu próprio mérito se, simplesmente, largar a régua e parar de se medir. Hoje celebro isso como marco da minha integridade, do amor que me impulsiona e do presente de fazer algo que amo e ser lembrada pelo que eu pertenço”.

Essas mulheres mostram que se conhecer, se amar, respeitar suas origens, seus corpos, suas escolhas, sua vivência é mais rico do que um belo traje de festa, do que você tem ou que parece ter. Isso não depende de dinheiro, de condições ou de permissões. Vem de dentro para fora. A Fernandona (Fernanda Montenegro, mãe de Fernanda Torres) disse um dia ter aprendido a ser o máximo possível de si mesma. Acho que podemos seguir a pista.