Foto1 Stella McCartney (Reprodução Instagram)
Stella McCartney sempre foi uma estilista preocupada com os impactos ambientais de sua moda. Ela foi uma das primeiras a usar o micélio, couro feito a partir de cogumelos – Stella McCartney (Reprodução Instagram)
Foto4 Runaway Anrealage (Reprodução Instagram)
Os tecidos fotocromáticos da Anrealage mudam de cor e brilham no escuro – Runaway Anrealage (Reprodução Instagram)

Esta semana começou com um trânsito astrológico importante: Urano, planeta transformador, entrou em Gêmeos, signo da comunicação, onde deve ficar por oito anos.  Essa mistura por si só antevê revoluções e mais revoluções por minuto. Das duas últimas vezes que o encontro aconteceu – Urano chegando em Gêmeos –, tivemos a Guerra da Secessão e a Segunda Grande Guerra. Antes de continuar, vale a ressalva de que você não está na página de Astrologia, não manjo nada disso, sou apenas uma curiosa e tenho ótimas indicações de quem precisar de profissional da área. Mas fiquei tentando imaginar o que esse potencial de mudança pode provocar na moda. Afinal, essa linguagem, que é o jeito que a gente se expressa por meio da roupa, pode se reinventar em termos comportamentais, ou na adoção e desenvolvimento de novos materiais ou na criação de novas estéticas.

Essas últimas, as estéticas, estão sempre renovando. Lá na Segunda Guerra, por exemplo, depois daquele tempo sombrio e de grandes dificuldades, houve o ressurgimento do luxo e das silhuetas femininas, como com o New Look de Dior. Então, nesse quesito, acho que muda e a gente já está preparado.

Quanto aos materiais, muita novidade pode pintar. Trouxe aqui dois exemplos que já estão acontecendo. Um deles é um couro feito a partir do cogumelo. Uma nova leva de marcas tem deixado o material de origem animal de lado e investido em alternativas plant-based. O micélio ou Mylo já é uma realidade para Stella McCartney, Balenciaga e até Adidas. Outra possibilidade legal é a moda digital e todas suas roupas inteligentes, cortadas a laser, com tecidos anti odor ou térmicos. O designer japonês Kunihiko Morinaga, estilista da Anrealage, por sua vez, vem investindo em tecidos fotocromáticos, que fazem com que peles artificiais, veludo, rendas, malhas, cetins e jacquards mudem de cor, como num passe de mágica.

Em termos comportamentais, a gente já sabe: desde que o mundo é mundo, a vida impacta o que a gente veste. Portanto, em tempos de emergências climáticas, crises econômicas e geopolíticas, o hiperconsumo parece fora de ordem, fora de moda. Comprar menos ou melhor é uma ideia, assim como reciclar e transformar. Afinal, a moda é mutável. Nada permanece igual por muito tempo, tudo se transforma. Vamos nos transformar também. Por dentro e por fora.