
Na semana passada, perdemos a jornalista Rosy de Sá Cardoso. Uma pioneira do jornalismo paranaense que revirou costumes, fez sempre o que quis, vestiu calças em tempo em que não eram bem vistas entre mulheres, assim como cantar na rádio ou trabalhar em lugares tidos como majoritariamente masculinos.
Dona Rosy era moderna desde sempre. Feminista antes de isso virar moda. Não admitia que ninguém dissesse o que devia fazer, vestir, que vida levar. Nem se dava ao trabalho de discutir nenhuma de suas convicções, escolhas ou gostos.
Aos 95 anos, ela era mais atrevida que todas nós juntas. Nos explicamos demais, justificamos nossos caminhos, se casamos ou não, se temos filhos ou não, que corpo temos, se seguimos esta ou outra moda, se somos atraentes, magras, jovens, necessárias. Dona Rosy nos libertou há pelo menos 60 anos disso tudo. Conviver com ela de perto, ensinou a mim e a uma legião de admiradores que a vida pode ser mais simples, as distâncias não precisam ser intransponíveis, nem as decisões são definitivas. Sempre é tempo de ser feliz do jeito que se quer. Salve, Dona Rosy, voe alto, que, agora, nem o céu é mais limite. E obrigada por tudo!
Daniel Castellano
Na mesa de trabalho, clássica, sempre sagaz e curiosa
Jonathan Campos
Em dois tempos: de lenço, documento e muito humor e sofisticada e cheia de pose
Arquivo
Rosy no tempo em que era cantora de rádio