
Para um futuro sustentável, não tem jeito, a gente vai precisar consumir de outra forma. É necessário desacelerar as produções em grande escala, reutilizar materiais já existentes, desperdiçar menos, repetir mais. O legal é que a restrição provoca uma reação criativa em cadeia. O upcycling, por exemplo, é um jeito de ressignificar o que já existe: remodelando, bordando, adaptando, usando três peças para fazer uma nova e diferente, dando uma sobrevida ao que seria descartado.
Essa tendência, que surgiu na década de 1990, vem se popularizando. Afinal, agora, tem gente e marcas muito bacanas mostrando que o futuro da moda consciente, responsável e inovadora é transformar o que já existe. O upcycling é uma solução inteligente e lucrativa para marcas e consumidores, pois o que seria descartado se torna uma nova roupa com informação de moda e valor de mercado. Sem contar a exclusividade, né?
Dá para inventar sua própria moda dentro de casa. Uma solução para peças que tenham algum defeito, por exemplo, é fazer um visible mending, ou na tradução, um remendo visível, colorido, divertido, aplicar patches decorativos ou ainda recortar e transformar calça em bermuda, vestido em saia e assim por diante. Quem tem o dom da costura pode se jogar no upcycling raiz e praticar a remodelagem de fato, que é a arte de transformar completamente o modelo de um item que você já tem, como juntar vestido e camisetas e fazer uma jaqueta. Experimente fazer esse exercício. Se não quiser se arriscar na máquina, vá atrás de alguém que coloque sua ideia em prática. O futuro da moda e do planeta estão nas nossas mãos.
A marca À La Garçonne, que conta com criação de Alexandre Herchcovitch, também trabalha com tecidos reaproveitados
Jaqueta com tecido de blackout e costura em fio de pesponto da H-AL, do Alexandre Linhares e da Thifany F.
Jaqueta de brechó transformada virou peça de leilão na Transmuta, marca local de upcycling
Outra ideia legal da Transmuta, que transformou 3 peças básicas em 1 exclusiva