Sempre se diz que “uma imagem vale por mil palavras”. Uma verdade forte porém incompleta, se muito do que desejamos transmitir pode sê-lo mais rapidamente e, talvez, com mais acurácia por imagens, determinados conceitos pedem palavras para serem corretamente comunicados.

Existe toda uma ciência do uso de palavras para esconder a verdade, jornalistas e advogados costumam usá-la em suas profissões, e não mentirão apenas apresentando a verdade da maneira que melhor atenda às suas demandas.  

Atualmente, na linguagem rápida e sintética dos usuários das redes digitais, estão sendo cada vez mais utilizados os emojis e emoticons, para expressar emoções como contentamento e descontentamento, raiva, nojo, alegrias extremas e diversos outros.  

Emoji é um pictograma ou ideograma, imagem que transmite a ideia de uma palavra ou frase completa, e constitui recurso linguístico característico de ambientes virtuais que demonstra relevância na identificação de sentimento dentro de um texto. Remonta aos hieroglifos egípcios e, aos ainda usados, signos do alfabeto chinês clássico, em que a imagem representa a ideia ou conjunto de ideias.

Estas imagens mudaram a própria linguagem, a qual, sendo um processo evolutivo cultural, sofre a interação com essas formas de significação não verbais. As tecnologias de comunicação e das mídias sociais tem afetado o desenvolvimento da linguagem e comportamentos discursivos, alterando relacionamentos, experiências, interação social, e mesmo os mecanismos cognitivos; o uso crescente da multimodalidade, que sempre utilizamos com entonação, expressões faciais, e gestos, sempre presentes em todas as culturas, é intensificado agora com estas imagens. Embora imagens tenham aparecido na comunicação humana desde a pré-história, a intensificação do uso de emoticons tem potencializado a comunicação entre jovens, facilitando a expressão de sentimentos e aparentemente livrando-os do constrangimento de frases longas ou que poderiam inclusive ser consideradas piegas.

Muitas pesquisas têm realizado análise de sentimentos nas redes sociais, e evidentemente entre pessoas mais próximas, que trocam mensagens mais frequentemente, a eficiência destes recursos aumenta, ou seja, o suporte do conhecimento mútuo ainda é desejável na eficácia da comunicação.

Sem esta “base de conhecimento” de ambas as partes, o que nos leva a julgar moralmente uma ação com boa ou má́? Diferentes tradições filosóficas tentaram responder essa questão mostrando a diferença entre o papel da razão e da sensibilidade em nossos juízos e ações morais. Os chamados racionalistas morais afirmaram que existem princípios morais independentes dos homens e estes princípios são imutáveis e têm caráter normativo. Cabe à razão, e somente a ela, o papel de descobrir quais ações estão moralmente certas e quais são moralmente erradas; e nos motivar a agir conforme as primeiras e evitar as segundas. Os chamados filósofos do senso moral defenderam que nossas distinções morais são provenientes de um senso ou sentimento interno, ou seja, nossos juízos dificilmente tratam do que é bom ou mau propriamente, mas do que é moralmente louvável ou condenável.

A razão, fora raras exceções, tem uma função apenas instrumental na moral e as diferenciações morais dependem de sentimentos de aprovação e desaprovação que são constitutivos da natureza humana e, dessa forma, compartilhados por toda a comunidade. A maior parte dos humanos parece utilizar a razão apenas descobrir os meios para alcançar os objetos de suas paixões.

A linguagem, falada, escrita ou “postada”, sempre foi elemento agregador entre pessoas ou grupos de pessoas. Na maioria das nações o idioma define a cultura e até a nacionalidade de seus falantes, é importante que o tratemos com o respeito que merece e que merecem suas várias evoluções no tempo e no espaço; comunicar-se bem exige empenho, e é mais que uma cartela de símbolos gráficos engraçadinhos.

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.