Resoluções de Ano Novo

Wanda Camargo | assessoria@unibrasil.com.br

Novamente fizemos novas listas de autodeterminações para nossa vida futura, novamente decidimos que seremos melhores, mais justos, mais solidários…

Quantas destas resoluções conseguiremos realizar ao longo do ano? Afinal, todos sentimos a passagem do tempo de duas maneiras: a que compreende as datas inscritas no calendário, as efemérides; e a natural, na qual o tempo é fluido, está ligado ao movimento da Terra em torno do Sol, que nosso planeta completa a cada trezentos e sessenta e cinco dias e seis horas, aproximadamente.

O início de um novo ano poderia ser marcado para qualquer dia, considerando o movimento circular da Terra que é, conforme se sabe há uns dois mil anos, redonda. O dia primeiro de janeiro foi convencionado como início do ano em 1564, pelo rei Carlos IX da França ao adotar o calendário gregoriano, até então o ano novo era comemorado no equinócio da primavera, entre os dias 25 de março e 1 de abril. O primeiro de abril passou a ser o “dia da mentira” quando muitas pessoas não se conformaram com a mudança e passaram a ser vítimas de brincadeiras de amigos, que as convidavam para festividades inexistentes de ano novo nesse dia.    

Chineses, embora atualmente adotem o calendário ocidental por pragmatismo, mantém o seu calendário lunar para festividades, o ano novo chinês será no dia 4 de fevereiro 2024, o Ano do Dragão. O ano judaico 5785 terá início no dia 2 de outubro de 2024, segundo a tradição será comemorado de modo introspectivo e espiritualizado.

Rituais são importantes, nos conectam com o tempo e a vida, e com a passagem do tempo e da vida: vestir branco ou outra cor, pular ondas, comer ou não certos alimentos, abraçar entes queridos; isso provavelmente não terá influência em nossa saúde, e vida financeira ou afetiva, mas fará muita diferença na maneira de vermos a vida.

E termos a firme intenção de melhorias, da mesma fora, é significativo para nossa vida espiritual, já que desejar o melhor costuma ser parte integrante do desenvolvimento de nossos e mais saudáveis hábitos, como deixar de fumar, de comer aquilo que nos faz mal, de beber sem moderação, e passar a dormir adequadamente, a dedicar mais tempo às nossas famílias e amigos, a estudar e ter mais empatia por nossos semelhantes.

Embora tenhamos experiência de anos anteriores, em que também prometemos a nós mesmos boas ações e não conseguimos efetivar muitas delas – às vezes praticamente nenhuma – nesta época do ano a esperança retorna, e voltamos a crer que sim, neste ano, vamos finalmente colocar em prática nossas  expectativas de um mundo e nossa vida pessoal mais inclusivos e altruísticos; um coração mais compassivo, menos irritação com nossos semelhantes e mais compreensão com aqueles que nos rodeiam.

Carl Jung, o pouco convencional criador da psicologia analítica e cujos estudos ainda influenciam também a antropologia, filosofia e teologia, conta do xamã de um povo “primitivo” que teria como principal atribuição conjurar o nascer do sol toda madrugada. E teria dito: “talvez o sol precise mesmo ser ajudado a nascer todos os dias”.

Vamos trazer o sol para nossa vida, ter a força de implementar nossas melhores deliberações e conseguir que este seja, finalmente, o mais perfeito de todos os novos anos para nós, nossos amigos e familiares.

Feliz Ano Novo!

Wanda Camargo – educadora e assessora da presidência do Complexo de Ensino Superior do Brasil – UniBrasil.