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O Brasil tem assistido com temor a onda de violência e ameaças circulando o ambiente escolar, principalmente no último mês de março. Recentemente, as cidades de São Paulo, Blumenau, Goiânia e Manaus registraram episódios semelhantes. O problema, de segurança, mas também de saúde faz com que os pais estejam cada vez mais atentos para abordar o assunto em casa e lidar com medos e traumas.

A pediatra do Eco Medical Center, em Curitiba, Luisa Sanches, recomenda acolher os sentimentos dos filhos e procurar ajuda especializada, quando necessário. “Essas ameaças e ataques impactam de forma diversa e singular os estudantes, podendo gerar medos, angústias, pânicos, inibições e outros sofrimentos psíquicos, além de prejudicar o desempenho escolar e gerar bloqueios na vida como um todo”, informa.
Segundo ela, apesar do abalo emocional e da preocupação dos pais e familiares, é essencial que haja diálogo sobre os fatos ocorridos. “Caso o adulto não saiba como abordar o tema e a criança apresente sinais de drásticas mudanças comportamentais, um profissional psicólogo ou psiquiatra deve ser procurado para auxiliar no caso”, reforça Fabiana.

Como iniciar a conversa?
O mais importante é manter uma postura acolhedora e um espaço de escuta ativa. Caso o estudante tenha presenciado, recomenda-se aguardar as orientações da escola sobre como abordar o assunto em casa. “Porém, caso seja alguém distante do ocorrido, os pais e familiares podem iniciar o assunto comentando sobre a notícia e buscando entender o que o jovem sabe sobre o ocorrido”, orienta a pediatra. Por exemplo, “Ouvi uma notícia ruim hoje sobre uma escola, você ouviu?” pode ser uma boa maneira de iniciar uma conversa, buscando explorar o quanto a criança sabe sobre o tema.
O ideal é informar de maneira sucinta e também esclarecer informações falsas, evitando julgamentos e suposições. Ser o mais realista possível e buscar entender como a criança se sente e o que gostaria de falar sobre o assunto.
É importante abordar sobre qual a reação adequada a cada situação. Frases como: “Quando não estamos de acordo com algo, como podemos resolver? Mesmo quando ficamos muito bravos? O que podemos ou não fazer?”.
Também não é recomendado apressar as crianças ou impor o que os pais consideram correto nesse momento, mas sim respeitar a dor e os sentimentos do estudante.

Sobre o medo de voltar à escola

Primeiramente, recomenda-se evitar assistir aos noticiários sobre o tema compulsivamente e comentar com constância sobre o assunto, principalmente na frente das crianças.
Procurar reconhecer o motivo do medo da criança, por exemplo, se o que amedronta é a possibilidade de ocorrer um novo ataque, apresentar as estratégias de segurança que estão sendo estabelecidas pela escola pode ajudar, e oferecer ferramentas para lidar com seus sentimentos, por exemplo – “Quando você sentir medo na escola, o que pode fazer para se sentir seguro?”. Essas estratégias devem ser temporárias, até que o estudante volte a ter a sensação de segurança, isso ocorrerá com o passar do tempo e cada criança necessitará de um período para se recuperar.
No período de até 30 dias após os ocorridos, as crianças ainda podem apresentar, por exemplo, pesadelos e outros problemas de sono. É necessário atenção e paciência nesse período.

Como lidar com o próprio medo
Pais e responsáveis devem administrar o próprio medo para que ele não seja transferido às crianças de maneira excessiva. “Os pais devem reconhecer e nominar os sentimentos, apresentando-os com sinceridade à criança, afinal, o medo é válido. De forma mais ativa, os responsáveis podem buscar a escola e outras famílias para elaborar estratégias de reforço na segurança escolar.

Quando procurar ajuda profissional

A atenção deve ser redobrada pelos responsáveis pois, muitas vezes, as crianças não manifestam a necessidade de ajuda verbalmente. Muitas têm manifestações emocionais e sintomas psicossomáticos (físicos).
“Problemas de sono e alimentação, não conseguir voltar às aulas, apresentar sofrimento acentuado ou prolongado, e automutilação são alguns sinais que pedem atenção dos pais e familiares para a necessidade de procurar ajuda profissional”, finaliza a pediatra Luisa Sanches, do Eco Medical Center, em Curitiba.

Diagnóstico precoce é fundamental para evitar dor crônica na coluna

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 80% da população adulta terá pelo menos uma crise aguda de dor nas costas ao longo da vida e cerca de 90% dessas pessoas terão recorrências.
A dor nas costas é um problema que afeta milhares de pessoas em todo o mundo e pode ter várias causas, como hérnia de disco, estenose espinhal, artrose, entre outras. Porém, muitas vezes a dor pode persistir mesmo após o tratamento adequado dessas condições. Neste caso, a dor se torna crônica, um problema em si, e não um sinal de que há algo errado com o corpo. Segundo a Sociedade Brasileira de Estudos da Dor (SBED), em geral, a população brasileira que se queixa ou sofre de dor é de cerca de 30% e não existe uma política de saúde pública que leve em consideração a questão da dor crônica.

Para o médico ortopedista especialista em cirurgia da coluna, Dr. Antônio Krieger, a dor crônica da coluna é um problema complexo que envolve não só a anatomia, mas também aspectos emocionais e psicológicos.

“A dor crônica é definida como uma dor que dura mais de três meses, mesmo após o tratamento adequado da causa. Isso significa que há uma disfunção no sistema nervoso central que faz com que a dor continue mesmo após a lesão ter sido tratada”, explica o médico.

Além disso, o cirurgião ressalta que a dor crônica da coluna pode ter um impacto significativo na qualidade de vida do paciente e afetar as atividades diárias, como trabalhar, dormir e se exercitar. O problema também pode levar a distúrbios do sono, ansiedade, depressão e outras condições que podem agravar ainda mais o quadro de dor.

Como prevenir a dor crônica?
A prevenção pode ser alcançada através de uma combinação de fatores, como manter uma boa postura, fazer exercícios físicos regulares para fortalecer os músculos da coluna, manter um peso saudável e evitar hábitos como o tabagismo, que podem prejudicar a saúde da coluna. Segundo Krieger, não negligenciar os sintomas também é importante para evitar a dor crônica. “Sentir dor não é normal. Nós somos ensinados e induzidos a suportar e conviver com a dor, mas essa não é a melhor recomendação. Quanto antes buscar o diagnóstico e o tratamento adequado do seu problema, as chances de cura serão maiores e o risco do desenvolvimento de uma dor crônica é menor”, explica o cirurgião.

Tratamento
Existem várias opções de tratamento para a dor crônica da coluna, que vão desde medicamentos até terapias não invasivas, como acupuntura, fisioterapia e exercícios físicos, e por isso a abordagem multidisciplinar é importante para o tratamento da dor crônica que pode ser acompanhada de outros fatores emocionais como a ansiedade e a depressão.

“Por isso é importante que o paciente tenha uma equipe de profissionais que trabalhe em conjunto para tratar não só a dor, mas também as questões emocionais envolvidas”, afirma Krieger. “Um acompanhamento psicológico pode ajudar o paciente a lidar com a dor de maneira mais efetiva, reduzir a ansiedade e melhorar a qualidade de vida”, complementa a psicóloga.

“Não existe medicamento para reduzir danos causados por anabolizantes”, diz hepatologista

O Conselho Federal de Medicina (CFM) vetou, nesta semana, a prescrição para fins estéticos de esteróides e anabolizantes.
Isso porque estas substâncias têm sido cada vez mais utilizadas por pessoas que buscam ganho de massa muscular ou melhora do desempenho esportivo.
Segundo a médica hepatologista do Centro de Cirurgia, Gastroenterologia e Hepatologia (CIGHEP), do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), Dra. Daphne Morsoletto, os esteróides anabolizantes podem levar a esteatose hepática, colestase (dificuldade de drenagem da bile a nível celular), perda de funcionamento do fígado, inflamação e até câncer. “A lesão hepática induzida pelo uso de esteroides anabolizantes, assim como outras doenças do fígado, pode ter uma apresentação silenciosa e traiçoeira, podendo surgir sintomas somente em casos graves e irreversíveis. Sintomas como perda de apetite, icterícia, perda de massa muscular, dor abdominal e náuseas podem surgir em momentos menos reversíveis”, afirma a hepatologista.