Maior conforto, menos dor, melhor estética, recuperação mais rápida e redução da ocorrência de complicações pós-operatórias. Esses são exemplos de benefícios oferecidos pelas cirurgias mini-invasivas, importantes técnicas na medicina atual e que são cada vez mais comuns nos centros cirúrgicos dos principais hospitais e clínicas do país.

Por meio desses procedimentos cirúrgicos, que evitam grandes cortes, os pacientes têm uma agressão cirúrgica menor e recuperação pós-operatória antecipada, destaca o médico Eduardo Bonin, do Instituto Jacques Perissat (IJP), uma das principais clínicas de cirurgia minimamente invasiva do aparelho digestivo de Curitiba.

Os cirurgiões do IJP utilizam técnicas mini-invasivas para diversos procedimentos no aparelho digestivo, dentre eles oncológicos, bariátricos, colorretais, além de reparos de hérnias inguinais e da parede abdominal, informa Bonin. Ele explica que a equipe opera com instrumentos inseridos através de pequenas incisões na pele do paciente, direcionando a cirurgia pelas imagens ampliadas em uma tela de TV.

Também conhecida por cirurgia por vídeo, cirurgia de mínimos acessos ou videolaparoscopia, a cirurgia mini-invasiva encontra-se difundida em praticamente todas as especialidades cirúrgicas como ginecologica, torácica, cardiovascular, neurocirúrgica urológica, plástica, otorrinolaringológica etc. O conceito mini-invasivo não é restrito apenas às especialidades cirúrgicas; ele também abrange a radiologia e endoscopia, e permite a realização de biópsias, drenagens, raspagem de tumores e passagem de próteses e cateteres por meio de pequenas incisões. A inserção de stents (ou próteses) coronarianos por uma punção na virilha seria um exemplo desse conceito. Nesse caso, é um procedimento realizado por cardiologistas especializados em procedimentos radiológicos. Como vimos, dependendo da patologia do paciente, o tratamento pode abranger várias disciplinas. É um conceito de tratamento multidisciplinar. Temos realizado, por exemplo, cirurgias laparoscópicas combinadas com endoscopia ou radiologia para determinados casos. Estamos sempre discutindo os casos entre diversos especialistas, destaca Bonin.

As cirurgias mini-invasivas estão se tornando indispensáveis no arsenal terapêutico dos médicos cirurgiões, coloca Bonin. Ele destaca que operar com grandes cortes não mais se justifica quando existe uma opção de realiza o procedimento por um acesso minimamente invasivo. Ressalta que apesar desses avanços, os princípios do tratamento dos pacientes permanecem os mesmos. O cirurgião deve estar atento a quando indicar um procedimento mini-invasivo para determinada patologia. Isso significa que nem todos os casos são tratáveis por mínimos acessos, de modo que temos realizado também cirurgia aberta quando o caso exige, observa o médico.

MÉDICO LEMBRA QUE SUS NÃO COBRE PROCEDIMENTOS
Para o médico Eduardo Bonin, do Instituto Jacques Perissat (IJP),, o grande desafio atualmente é disponibilizar essas técnicas para a população geral, visto que em alguns casos, como a cirurgia robótica, o custo com materiais é elevado. Infelizmente, segundo um levantamento recente, a maioria das cirurgias do SUS no Brasil ainda é realizada por via aberta. Existe atualmente um projeto nacional em andamento para viabilizar a laparoscopia para a população carente. Esperamos que o acesso universal a essas inovações tecnológicas permita que com o tempo os custos dos equipamentos sejam reduzidos e o que é para poucos passará a ser para todos. E o grande beneficiado será o paciente, conclui.

De acordo com o cirurgião Marcelo Loureiro, que também integra o corpo cirúrgico do IJP, a Cirurgia Minimamente Invasiva – CMI, nas últimas décadas, grandes esforços foram feitos justamente para se melhorar a previsibilidade de uma cirurgia.  Diminuir suas chances de complicações e de sequelas e aumentar sua efetividade. Talvez o maior dos passos nesta direção tenha sido a adaptação da tecnologia do vídeo para a cirurgia, ou seja, operar sem abrir, observando o que se passa dentro do corpo através da imagem captada por uma câmara e transmitida numa tela de TV.

Loureiro enfatiza que a missão do IJP é operar com o mínimo de cortes, o mais rapidamente possível, com a menor internação possível, causando o mínimo de dor ou praticamente dor alguma e quase sem afastar o paciente de sua rotina, de sua família e de seu trabalho. Assim, transformamos a experiência de ser operado em algo o menos incomodo possível, procurando aliar o máximo de eficiência, com o máximo de previsibilidade, conclui.


CIRURGIA

Mini-invasiva
Quase todas as pessoas podem ser candidatos à cirurgia laparoscópica, mas genericamente existem contra-indicações, como: alterações da coagulação sanguínea, doenças hepáticas graves, problemas cardiopulmonares graves e/ou, múltiplas cirurgias abdominais anteriores. E situações particulares especificas da doença e do doente cuja decisão de fazer o procedimento deve ser do cirurgião. Por vezes a cirurgia laparoscópica é convertida – isto é, o cirurgião decide converter a cirurgia em laparotomia (incisão da pele maior), as razões podem ser técnicas ou anatómicas, mas têm sempre como desígnio o melhor para o doente.