Um levantamento feito pelo Laboratório Frischmann Aisengart revelou que as mulheres realizam mais exames e cuidam da saúde da família. Em termos gerais, 63% dos exames realizados no Laboratório são feitos por mulheres e 37% por homens.

Segundo Mauro Scharf, diretor médico do Laboratório Frischmann Aisengart, os principais motivos que fazem as mulheres procurarem mais os médicos e realizar mais exames são a importância da prevenção do câncer de mama, o acompanhamento da idade reprodutiva e da menopausa, e os cuidados com doenças coronárias e problemas hormonais.

A pesquisa também revelou que até os nove anos de idade, principal período em que as crianças dependem dos pais para cuidar da saúde, meninos e meninas passam por testes em quantidades iguais. A partir dos 10 anos é que a diferença entre o número de exames realizados entre homens e mulheres permanece em constante crescimento.

De acordo com o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelado no final de maio de 2011, ainda se mantém a tendência de as mulheres viverem mais. A expectativa de vida tem uma população maior de mulheres porque elas se cuidam mais do que os homens, afirma Scharf.

O médico lembra que, não importa a idade da mulher, sempre é momento para pensar em prevenção. Um estudo realizado pelo National Business Group on Health recomenda que as mulheres adultas adotem uma série de precauções médicas, como a realização de 18 tipos de exames diferentes e a imunização contra 14 tipos de doenças, ao longo da vida. A quantidade de exames vai depender de cada diagnóstico, mas nos casos em que há fatores de riscos como fumantes e histórico familiar de doenças, a realização deve ser mais frequente.

De acordo com Scharf, não há idade mínima para começar a fazer exames preventivos. Caso a mulher fume, esteja acima do peso, tenha antecedentes familiares e seja sedentária, a rotina de exames deve ter início a partir dos 30 anos, com acompanhamento médico. Se os resultados estiverem dentro de índices normais, os exames precisam ser repetidos a cada dois anos e, se alterados, semestralmente ou a critério do especialista.

Caso não tenha antecedentes ou fatores de risco, os exames devem ser iniciados, no máximo, aos 40 anos de idade e repetidos também a cada ano. Se a paciente já é portadora de doenças como hipertensão arterial e diabetes, a rotina de exames deve ser mais complexa e definida caso a caso, até de acordo com a medicação utilizada, acrescenta.


EXAMES INDICADOS
Exames indicados para todas as mulheres – lembrando que nenhum exame substitui a avaliação médica, assim como a interpretação dos resultados dos exames sempre deve ser realizada por profissional médico

. Devem se preocupar com sua saúde periodicamente, verificando níveis de colesterol, triglicérides, glicemia (para descartar diabetes), atividade cardíaca e DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis).
. Consultar periodicamente um ginecologista, uma vez ao ano;
. Conferir sempre a pressão arterial;
. Controlar o peso. A obesidade deve ser combatida, pois aumenta o risco de eventos cardiovasculares e também alguns tipos de câncer;
. Praticar exercícios;
. Não fumar;
. Atualizar a carteirinha de vacinação. A prevenção é sempre melhor que remediar.
. Importante tomar a vacina contra Hepatite B e HPV antes do início da vida sexual

Aos 20 anos:
. Controle de colesterol, triglicérides, glicemia, creatinina e urina;
. Citologia oncótica (papanicolau) e colposcopia anualmente. Dependendo do resultado o ginecologista poderá pedir com mais frequência;
. Ultrassom pélvico ou transvaginal;
. Avaliação de pintas (manchas no corpo);
. Realizar exames para prevenção de doenças hematológicas como anemias, hepáticas e cardíacas;
. Usar camisinha para prevenção de DSTs como HIV, hepatites B e C, HPV, clamídia, gonorreia, sífilis, herpes, cancro mole e donovanose.

Aos 30 anos:
. Além de seguir as dicas anteriores, as mulheres devem procurar um oftalmologista, fazer Us de tiróide e dosagens hormonais (Tsh eT4l).

Aos 40 anos:
. As mulheres a partir desta idade, além dos exames já citados, devem fazer a mamografifa anualmente. As que possuem antecedentes familiares de câncer de mama ou ovário devem fazer a primeira mamografia aos 35 anos. O pico de incidência de câncer de mama é entre 47 e 52 anos. Importante também repetir o ultrassom da tiróide e fazer as dosagens hormonais;
. Exames clínicos devem ser feitos anualmente com dosagem de glicemia, colesterol, triglicérides e verificar a pressão arterial.

Aos 50 anos ou mais anos:
. Manter todos os tópicos acima e investigar neoplastias. Após a menopausa diminui a incidência de câncer de colo uterino, mas aumenta o risco de câncer de ovário e endométrio. O rastreamento pode ser feito pelo ultrassom transvaginal e alguns marcadores tumorais;
. Fazer avaliação cardiológica;
. Dependendo dos antecedentes familiares e dos sintomas o clínico e o ginecologista poderão pedir outros exames. O mais importante é a prevenção, pois muitas doenças são silenciosas, demorando para apresentar os primeiros sintomas.