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Noites mal dormidas são bem perigosas

Por Myrna Campagnoli

Quem nunca teve aquela sensação de corpo quebrado após uma noite em claro? Seja por sofrer de insônia ou simplesmente porque a rotina está exigindo mais tempo acordado, muita gente não consegue dormir o suficiente para descansar o corpo e a mente. O problema é que, em longo prazo, a ausência de sono pode desencadear sérios problemas à saúde.

O sono reestabelece as funções metabólicas e hormonais, sendo imprescindível para o bom funcionamento do corpo e especialmente do sistema imune. Além disso, dormir é uma necessidade fisiológica e nos proporciona grande parte do equilíbrio físico e psíquico para lidar com os desafios do dia a dia, afirma Myrna Campagnoli, especialista em Endocrinologia integrante do corpo clínico do Laboratório Frischmann Aisengart.

A falta de sono pode provocar alterações de humor, dores de cabeça, falta de concentração, redução da libido e dores musculares. Com o tempo, se o individuo continuar sem dormir adequadamente, pode ter danos mais sérios como ganho de peso, envelhecimento precoce, queda da imunidade — predispondo a infecções —, depressão, ansiedade, hipertensão arterial e aumento dos riscos cardiovasculares.

O sono adequado permite a redução dos níveis de cortisol e adrenalina, e o aumento da melatonina, o que proporciona sensação de relaxamento e de bem-estar. Durante o sono, os processos metabólicos ocorrem de forma harmônica, reduzindo os níveis de pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória, reduzindo o metabolismo e os níveis de estresse, lembra a endocrinologista.

Ainda de acordo com a Dra. Myrna, para evitar prejuízos para a saúde, a pessoa deve tentar dormir ao menos 6 horas todos os dias, de preferência durante a noite. A qualidade do sono também é importante, já que interrupções podem reduzir os benefícios do mesmo. Nem todas as pessoas têm a mesma necessidade de sono. Algumas pessoas se sentem bem com apenas 4 horas de sono. Outros precisam de 10 horas. O importante é encontrar o seu ponto de equilíbrio, alerta a médica.

Em alguns casos, a má qualidade do sono também pode ser consequência de doenças. Por isso é importante se atentar à frequência com que essas noites mal dormidas acontecem e buscar orientação médica, caso ocorram frequentemente.


CONFIRA

Abaixo, a especialista traz algumas dicas para melhorar a qualidade do sono:

–    Prefira uma alimentação leve durante a noite, pobre em gorduras
–    Controle o consumo de álcool e de cigarros, pois ambos podem gerar euforia, dificultando o sono
–    Deixe a iluminação do ambiente mais fraca e favoreça a ventilação para que o ambiente não fique abafado durante a noite
–    Evite praticar atividades físicas perto da hora de dormir
–    A leitura antes de dormir pode ajudar na indução do sono, mas prefira livros e evite e-books, tablets e smartphones. A intensidade da luz das telas estimula a retina, que, por sua vez, manda para o cérebro informações equivocadas para que este permaneça alerta e acordado.