A Etiqueta une ou distancia as pessoas?

Por Adriane Werner | contato@adrianewerner.com.br

O tema etiqueta provoca resistência em muita gente. Muitos pensam que estudar Etiqueta é especializar-se em futilidades, em superficialidades. Mas, ao mesmo tempo, quase todos reconhecem que é justamente a conduta de uma pessoa que lhe abre ou fecha portas na sociedade. Está posto o dilema. Reconhecemos a Etiqueta como uma necessidade, mas não admitimos que seja preciso aprendê-la.

Isto se deve ao fato de que, muitas vezes, tratamos de temas que parecem óbvios na busca da boa convivência entre as pessoas. O bom senso poderia resolver grande parte das dúvidas que aparecem no dia-a-dia de qualquer profissional, desde as mais banais, como a escolha da roupa mais adequada para cada situação, até os mais difíceis conflitos éticos. Mas o fato é que o bom senso é um conceito subjetivo, pessoal. O que é de bom senso para um pode não ser para outro. É por isso que se faz necessária a sistematização de algumas regras de convivência em sociedade.

A resistência ao estudo da Etiqueta também é característica das pessoas que veem com olhos críticos a sociedade hedonista (baseada na busca do prazer desenfreado) e narcisista (baseada na imagem) da atualidade. Claro que essa visão crítica é muito cabível, afinal, quando se busca apenas cuidar da ‘forma’ sem se preocupar com o ‘conteúdo’, perde-se a essência do ser humano.

Mas esta é uma visão preconceituosa do que vem a ser Etiqueta. Regras de convivência não deveriam servir para salientar diferenças sociais. Pelo contrário! Elas são criadas para promover a convivência harmônica entre as pessoas.

Vivemos, sim, em um mundo de competição, em que as pessoas buscam aparecer e criar notoriedade sobre elas mesmas de maneira desenfreada. Se em épocas de nobreza e realeza, as regras de ‘boas maneiras’ serviam para deixar claros os papeis sociais de cada um, para que plebeus não ousassem invadir a convivência dos nobres, hoje a luta é a do ‘salve-se quem puder’: todos se colocam no mercado seguindo dicas rasas do que erroneamente se batizou de ‘Marketing Pessoal’ e querendo se tornar celebridade a qualquer preço. Resultado: adoção desmedida de ferramentas artificiais para que as pessoas possam ‘parecer’ (não precisam ‘ser’, basta ‘parecer’) mais jovens, mais ricos, mais influentes, mais notáveis, mais poderosos.

Mas, atenção! Essa busca nada tem a ver com o que queremos tratar aqui, que é a Etiqueta combinada com a Ética, na construção de um perfil profissional e pessoal que nos garanta a presença harmônica nos mais diversos ambientes, sem querer ser mais do que os outros, sem querer se impor sem conteúdo. Etiqueta, de fato, nada tem a ver com essa conduta esnobe! Agir de acordo com a Etiqueta não é ostentar uma posição social ou buscar uma imagem de luxo, mas sim procurar se harmonizar nos mais diferentes ambientes.

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.