O bom senso resolve!

Por Adriane Werner | adriane@adrianewerner.com.br

Os códigos de conduta estão por toda parte e regem nossa vida em sociedade. Ninguém vai de biquíni a um casamento, ninguém vai de terno à praia. Não se deve ter um comportamento agitado e barulhento em um concerto de música clássica, da mesma forma que seria estranho alguém quieto, parado e altamente compenetrado em um show de rock.

Se esses códigos estão presentes em todas as áreas de nossa vida, no mundo profissional não é diferente. Há comportamentos desejáveis, outros toleráveis e outros simplesmente intoleráveis em um escritório, uma mesa de negociações ou uma repartição pública. A esse código de conduta damos o nome de Etiqueta Corporativa, Etiqueta Empresarial ou simplesmente Etiqueta Profissional. Trata-se de dicas de comportamento para que se conquiste uma convivência harmônica nos mais diferentes ambientes de trabalho com que nos deparamos na vida profissional.

Por exemplo: com que tipo de roupa devemos ir ao trabalho? É claro que isso depende do grau de formalidade de cada empresa, mas é possível, com bom senso, saber como não derrapar na escolha do vestuário. A maioria das empresas tem se tornado menos formais com o passar do tempo. Na mesma medida em que se flexibilizam e democratizam as relações ‘chefe-subalterno’, o próprio clima organizacional se torna mais leve e, com isso, todo o ambiente tende a ser mais informal. Isso se reflete também na maneira de as pessoas se vestirem: é cada vez mais raro vermos pessoas trabalhando de terno ou tailleur.

Mas também é fato que as dificuldades de escolha se tornam mais difíceis na informalidade, pois a gama de opções é muito maior. Se a empresa impõe uniforme ou exige que se trabalhe de terno, não há muito o que se pensar. Mas se as pessoas são livres para trabalhar com roupas informais, o risco de alguém exagerar na desenvoltura torna-se maior. Um jeans tradicional, escuro, com camisa e sapatênis, compõe um visual elegante. Mas um jeans desbotado, rasgado, com camiseta regata e tênis coloridos, pode comprometer até mesmo a credibilidade da empresa. Nesses casos, é sempre bom lembrar que menos é mais e que a discrição é quase sempre o melhor caminho. Olhar no espelho com uma autocrítica sincera normalmente ajuda a evitar excessos.

Não é exagero dizer que a forma como as pessoas se vestem é determinante para a construção de uma imagem de confiança de uma empresa ou instituição. Imagine o exemplo de um supermercado, local onde compramos produtos para nossa intimidade (alimentos, produtos de higiene e limpeza). Se as pessoas não transmitirem a ideia de cuidado pessoal e asseio, o cliente tende a pensar: Se ele não cuida de si mesmo, será que cuida do que vou levar para minha casa? E a mesma conclusão podemos ter em todas as áreas de trabalho, pois sempre estamos a serviço de outras pessoas.

Como esse código de conduta é formado por regras tácitas, e não rígidas ou formais, é comum termos dúvidas sobre como agir nas mais diversas situações. Em quase todos os casos, o bom senso é o melhor caminho: a discrição, a leitura criteriosa dos diferentes ambientes e o cuidado para não se ‘ultrapassar o sinal’ são sempre escolhas mais sensatas.

Adriane Werner. Jornalista, especialista em Planejamento e Qualidade em Comunicação e Mestre em Administração. Ministra treinamentos em comunicação com temas ligados a Oratória, Media Training (Relacionamento com a Imprensa) e Etiqueta Corporativa.