Com faro afiado e treinamento especializado, os cães do Núcleo de Operações com Cães (NOC) da Polícia Civil do Paraná ajudaram a retirar 5,7 toneladas de drogas de circulação no estado apenas no primeiro semestre de 2025. As ações causaram um prejuízo estimado em R$ 61,3 milhões ao tráfico de drogas.

De janeiro a junho, os cães participaram de 382 operações, uma média de duas por dia. As investigações e abordagens resultaram na prisão de 231 pessoas envolvidas com crimes, principalmente ligados ao narcotráfico.

O NOC faz parte da Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) e atua com cães farejadores treinados para detectar entorpecentes, armas e munições. Ao todo, o núcleo conta com 15 cães, entre eles os já conhecidos K9 Faruk e Becky.

Para atender ocorrências em todo o Paraná, o NOC possui seis unidades fixas, localizadas em Curitiba, Pato Branco, Cascavel, Maringá, Londrina e Foz do Iguaçu. Cada equipe trabalha com viaturas adaptadas para o transporte seguro e ágil dos cães durante as operações.

O cão Faruk atuou na localização da segunda maior carga de haxixe já apreendida no País e a maior do Paraná. Durante uma fiscalização de rotina, seu faro apurado indicou um caminhão no qual estavam escondidos mais de 700 quilos da droga, avaliada em R$ 50 milhões. A ação foi registrada em 1º de junho, em Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba. 

Já Becky foi responsável por encontrar, no mês de abril, 2,5 quilos de skunk que estavam escondidos em um carro apreendido no pátio da delegacia de Clevelândia. A droga não havia sido localizada durante a apreensão, mas o cão de faro, mesmo em um momento de folga, identificou que o ilícito estava ocultado sob os paralamas do veículo. 

Somente este ano, 4,9 toneladas de maconha, avaliadas em R$ 9,9 milhões foram apreendidas pelo Núcleo. O montante já é 128% maior do que o registrado durante todo o ano passado, quando a unidade apreendeu 2,1 toneladas da droga. Entre as drogas sintéticas, o ecstasy foi a mais localizada pelos cães. Até o mês de junho, eles ajudaram a tirar de circulação 3.127 unidades do entorpecente no Paraná, 433% a mais do que o mesmo período do ano passado, quando 586 unidades foram apreendidas.

No primeiro semestre, os cães do NOC também foram responsáveis por localizar 18 armas e 396 munições, além de R$ 335 mil em dinheiro. O valor já ultrapassa em 20% o montante total apreendido em 2024 (R$ 279 mil). A apreensão destes valores e montantes de drogas representam duros golpes no crime organizado. “A Denarc tem como um de seus objetivos a descapitalização das organizações criminosas entendendo que a ausência de recursos financeiros diminui seu poder de atuação em atividades ilícitas”, afirma a delegada.

Os resultados são reflexo da atuação dedicada e do constante treinamento dos cães e seus condutores. Eles passam por aprimoramentos constantes que têm como base situações reais do dia a dia policial para que a atuação em operações seja rápida e precisa. A estimativa do NOC é que o cão leve em torno de cinco minutos para completar uma busca completa em uma residência de 50 metros quadrados, enquanto que uma equipe de quatro policiais levaria cerca de 30 minutos para executar a mesma ação.