O plano de negócios é um documento preparado pelo empreendedor, nele são descritos todos os elementos internos e externos que envolvem um novo empreendimento. No plano financeiro, como parte de um plano de negócios, é feita e demonstrada a avaliação da viabilidade, lucratividade e sustentabilidade da ideia. Ele é útil para atrair investidores, mas principalmente direciona as decisões estratégicas dos empreendedores.

Ao esquematizar o plano financeiro, alguns pontos devem ser considerados:

  • Investimento inicial – Para um novo empreendimento, o plano financeiro deverá contemplar o investimento inicial para abertura de novo negócio. Todos os gastos de abertura devem ser listados (aluguel, instalações, equipamentos, necessidade de reformas no local, marketing, estoques, etc.), ou seja, para evitar surpresas ao iniciar o novo empreendimento todos os gastos para iniciar o projeto, devem ser detalhados e realistas.
  • Orçamento de receitas, custos e despesas – Os orçamentos são cruciais para um novo empreendimento. Isso inclui o orçamento de vendas, não como um “achismo”, mas a partir de pesquisas objetivas do mercado em que o negócio esteja inserido. A partir do orçamento das vendas, em termos de volumes, é possível orçar os custos de aquisição, ou de produção, bem como os volumes de estoques. Ainda, como parte crucial do orçamento, devem ser levantadas todas as despesas operacionais. Não há regras, quanto ao tempo de projeção das receitas, custos e despesas, mas o ideal é que haja a possibilidade de visualizar um futuro estimado de 6 meses a um ano. 
  • Capital de giro – Deve ser calculada a necessidade de capital de giro, ou seja, a quantia necessária para manter o negócio funcionando, pois há contas a serem pagas antes do recebimento pelas vendas aos clientes
  • Demonstrativos financeiros – O Balanço Patrimonial apresenta ativos, passivos e patrimônio líquido. O Fluxo de caixa projetado auxilia na visualização de previsões de entradas e saídas de dinheiro. A Demonstração de resultados (DRE): mostra lucros e prejuízos e a potencialidade econômica do negócio.
  • Análises de Ponto de Equilíbrio – Nas fases iniciais de um empreendimento, convêm ao empreendedor conhecer o montante de faturamento necessário para obter lucros.
  • Indicadores de viabilidade – Indicadores como VPL (Valor Presente Líquido), TIR (Taxa Interna de Retorno) e Payback são usadas para avaliar se o negócio é viável.

É interessante que o plano financeiro seja estruturado em mais de um cenário, que contemple uma condição otimista, mais realista e pessimista. Ainda, apresentar em cada um dos cenários medidas que possam ser tomadas no sentido de tornar o negócio viável. 

Ester Marlene Kurtz é mestre em Contabilidade pela UFPR e professora na Estácio Curitiba. E-mail: [email protected]