Enfim chegou a primavera, ainda que um tanto fria e chuvosa. Na primavera há abundância de flores e de casamentos. Os noivos começam os preparativos do “Grande Dia” pelo menos um ano antes. Após o anúncio do noivado, começa uma verdadeira maratona.
Escolha das alianças, o tipo de casamento, horário, quem vai pagar as despesas, o dia, o local, a documentação necessária, a lista de convidados, a decoração, a música, o fotógrafo, os convites, o cardápio, o bolo, os doces, as lembrancinhas, as damas de honra, o vestido, a roupa do noivo, a roupa dos pais da noiva e do noivo, os padrinhos, a maquiagem, o penteado, o local da lua-de-mel, tudo isso depois de ter visitado muitas feiras especializadas em casamento.
Até a chegada do dia do “sim” e viveram felizes para sempre. No entanto estariam os pombinhos se preparando e preocupados com o casamento e para o casamento? Ou seja, estariam se preparando apenas para a cerimônia, para a festividade, ou durante todos esses meses e anos de namoro estariam também se preparando para o dia seguinte a lua-de-mel? Estariam se preparando para o começo de uma nova família, para divisão de tarefas, de contas, para conviver constantemente com parentes e amigos do cônjuge, em respeitar as diferenças e individualidade do outro, para criação dos filhos, para a rotina? Não pense que não sou a favor do casamento, muito pelo contrário, costumo dizer que só existe uma coisa melhor que casar, que é ter filhos. Infelizmente a falta de preparação para a vida a dois tem contribuído para muitos divórcios prematuros, pelos motivos mais fúteis. Não raro, vemos estampado na capa de revistas de fofocas casamentos milionários e na edição seguinte a notícia da separação, por “incompatibilidade de agendas”.
Que diabo de motivo é esse? As pessoas estão perdendo o respeito pelo o amor. Talvez a origem disso tudo esteja na falta de exemplo e de educação desde a infância. Muitas crianças crescem em lares desestruturados, sem a presença de um dois pais ou de ambos, não aprendem a respeitar o sexo oposto, a demonstrar carinho, a desenvolver a capacidade de perdoar, de aceitar as diferenças. Além, é claro, da permissividade excessiva de uma grande parcela dos pais que permitem que seus filhos jovens façam o que bem entendem.
Começam a namorar cada vez mais cedo, a ter relações sexuais mais cedo, e, por conseguinte, a casarem mais cedo, mesmo sem condições financeiras ou psicológicas para tanto, apenas para satisfazer a exigência da sociedade ou decorrente de uma gravidez não programada. Vivemos no tempo do imediatismo, do egocentrismo, onde tudo é efêmero, inclusive os relacionamentos. Não tenho a receita para o casamento perfeito e acho que ninguém a tem, mas como base para um casamento harmônico e duradouro, algumas atitudes não podem faltar: o respeito pelo outro e a capacidade de perdoar e aceitar as diferenças. É preciso manter a magia, o entusiasmo e o vigor do início do namoro.
Não denigram a imagem ou façam piadinhas constrangedoras do ser amado na frente de amigos ou parentes. Essa dica vale principalmente para os homens, que adoram enviar e-mails desmoralizando a figura da esposa. Andem de mãos dadas, deixem a preguiça de lado, exercitem a paciência e a doação de tempo e acima de tudo mantenham a admiração um pelo outro. Dedico esse artigo aos meus pais, que em breve comemorarão Bodas de Ouro.
Um grande abraço e boa semana.
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