Por Claudio Stringari Marques
O futuro do jornalismo depende de nós, jornalistas.
Ou vamos agir como os taxistas em relação ao Uber?
Pensem comigo…
O mercado da comunicação foi o mais atingido pelas mudanças tecnológicas. Ponto.
O Google é a maior empresa de mídia do mundo sem produzir conteúdo. Ponto.
Com pouco mais de 20 funcionários, a Wikipedia é a maior enciclopédia do planeta, graças ao conteúdo colaborativo. Ponto.
De outro lado, revistas estão fechando ou se tornando digitais, jornais estão quebrando ou se reinventando.
Ou seja, não adianta tentar barrar a inovação, brigar por coisas ultrapassadas ou espernear quando um veículo contrata pessoas de outras áreas para produzir conteúdo.
Desde quando produzir conteúdo é uma exclusividade nossa? Ou quando deixou de ser?
As empresas estão se modernizando, mudando as relações de trabalho, contratando colaboradores em formatos diferenciados, com remuneração variável, que ganham por produtividade, tiram férias duas vezes ao ano (ou quando querem) e podem até, veja só, trabalhar de casa!
Enquanto isso, nós, jornalistas, vamos tentar voltar no tempo e exigir o que exigíamos há 20 anos?
E sim, sou jornalista. Apesar de ter gente que não ache isso, pelo simples fato de eu ter saído das redações para abrir uma empresa de comunicação há quase 18 anos, ao lado da minha amada Lorena Nogaroli.
Meus amigos, o mundo da comunicação mudou e continuará mudando – mesmo que tenha gente que não queira e não aceite isso. Como os taxistas em relação ao Uber…
Para Eric Schmidt e Jared Cohen, do Google, “o papel dos meios de comunicação tradicionais será primordialmente de agregador, zelador e verificador, uma espécie de filtro de credibilidade que peneire todos os dados e destaque o que vale e o que não vale a pena ler, compreender e crer”.
Ou seja, continuará havendo espaço para os bons jornalistas, frente à enorme inflação de peças noticiosas e informação de baixa qualidade na Internet. Eles garantem que “no futuro, de modo a garantir a confidencialidade das comunicações, o jornalismo criará uma categoria nova de colaboradores: os especialistas em criptografia”.
Isso sem contar a infinidade de outras atividades que precisam de um bom curador de informação – departamentos de comunicação de empresas, TV corporativa, brand content, marketing, desenvolvimento de aplicativos e por aí vai.
Mas para mudar, tem que inovar.
Aceitar a economia colaborativa (peer-to-peer), economia criativa, as startups, o modelo de cooperação e os novos formatos de contrato de trabalho.
Tenho certeza que os profissionais que apostarem nisso vão se dar bem.
O problema é que para chegar lá, é preciso correr riscos.
Dá um tremendo frio na barriga.
Mas o sucesso está fora da nossa zona de conforto…
E aí, vamos nessa?
Ou vamos ajudar os taxistas a enfiar a porrada nos caras do Uber?
Cláudio Stringari Marques é jornalista proprietário da agência de comunicação Central Press, em Curitiba, com inúmeros clientes, em diversas áreas de atuação.
* Tem alguma opinião sobre assuntos que movimentam os negócios e a situação no Paraná, Brasil e no Mundo? Envie para [email protected] e compartilhe sua ideia com nossos leitores.