Leandro Menezes da Costa Duarte, de 26 anos, foi o primeiro a apostar no mercado de suplementos vegetarianos no Brasil, assumindo a direção da Natural Science em 2012 e reformulando toda sua linha de produtos.
O número de vegetarianos no Brasil cresce a cada ano. Segundo o IBOPE, cerca de 8% da população não consome carne e 28% deseja tirá-la da dieta nos próximos anos (dados de 2012). De olho no mercado e com uma filosofia voltada ao meio-ambiente, o jovem empreendedor, adquiriu em 2012 a marca curitibana Natural Science, e criou a primeira linha de suplementos vegetarianos fabricados no Brasil. A companhia, mesmo com a inflação alta, cresceu 17% no primeiro semestre de 2015.
Leandro é formado em Administração de Empresas (UEPG) e Publicidade (CESCAGE) e aos 26 anos já possui um histórico interessante no empreendedorismo, atualmente é proprietário de duas empresas no ramo de suplementos e vitaminas, além de administrar a empresa da família, no ramo de saúde e bem estar. Além das empresas atuais, Duarte já teve uma agência de publicidade e uma sociedade em eventos corporativos. “Quando comecei a faculdade, e precisei encontrar uma fonte de renda, sempre foquei em nichos de mercado ou oportunidades únicas junto ao meu grupo de colegas, meu primeiro negócio foi com revenda de energéticos em embalagens de dois litros, hoje soa até meio estranho, mas foi uma inovação na época, deu para me sustentar por um tempo, meu público alvo eram meus amigos”, comenta Duarte.
Em 2012, buscando novidades para variar o mix de produtos da marca, Leandro se deparou com a tendência das proteínas isoladas vegetais no mercado norte-americano, tendo como principais fontes a proteína isolada do arroz integral e a proteína isolada da ervilha amarela. No mercado brasileiro, até então, não havia produção de proteínas vegetais, mas havia mercado, e o público deste mercado estava comprando no exterior, por vezes pagando consideráveis taxas de importação. De olho neste mercado, Leandro lançou a Max Rice Protein, proteína isolada de arroz integral, de matéria-prima importada (não há produção nacional de proteínas isoladas vegetais), mas, formulação, envase e venda nacionais, a preços mais competitivos e qualidade equivalente às importadas.
“No inicio a quantidade de produtos vendidos era mínima, os primeiros meses foram bastante difíceis para este produto, chegamos a vender apenas duas unidades em um mês, mas, com o tempo a marca foi se tornando conhecida, mostrando sua qualidade e se consolidando no mercado brasileiro” comenta Duarte. Com o passar dos meses, a formulação e os sabores foram aprimorados ao gosto dos brasileiros e o mercado expandiu fortemente, englobando não apenas atletas que fazem uso regular de suplementação, mas também pessoas com restrições alimentares, como alérgicos a derivados do leite e adeptos ao veganismo, que não consomem proteína de origem animal e precisam ou optam, por suplementar.
O nicho de mercado se mostrou mesmo uma grande oportunidade, de 2013 a 2014 a empresa cresceu cerca de 300%, tudo isso devido a uma orientação e comunicação mais aberta com os consumidores através principalmente das redes sociais. “A procura por produtos vegetarianos está crescendo porque há uma mudança na maneira de pensar e agir das pessoas como um todo, principalmente entre os jovens, questões sobre saúde, sustentabilidade, respeito aos animais estão bastante em pauta hoje dia, é a evolução”, salienta Leandro.
Sendo assim, em 2014, a Natura Science passou a trabalhar apenas com produtos vegetarianos em sua linha e hoje, atua com três linhas bem definidas: Esportiva, Saúde e Bem Estar e a mais nova, a linha Gourmet, que conta com queijo vegetal, aromas culinários e barra de proteína vegana, também pioneira no país.
Com pouco tempo de atuação Leandro já lançou 11 produtos no mercado e tem sempre algo novo em desenvolvimento, buscando pelo menos um lançamento a cada seis meses, além dos constantes aprimoramentos dos produtos já em linha. “Atualmente estão em desenvolvimento 03 novos produtos, bastante diferentes do que já temos em nossa linha e pioneiros no mercado de alimentos e suplementos livres de exploração animal, ao menos um deles deve surgir nas prateleiras ainda em 2015” afirma Duarte. E este é um dos grandes diferenciais da empresa, a constante inovação no mercado, o acompanhamento das tendências dos grandes centros, como Estados Unidos e a atenção ao desejo do cliente, estando sempre a par da demanda que vem das mídias sociais.
Parcerias e ações sociais também estão entre as atividades de Duarte na Natural Science, em 2014 a empresa apoiou a Sociedade Vegetariana Brasileira – SVB em suas ações de divulgação da Segunda Sem Carne em shows da turnê de Paul McCartney no Brasil, e em 2015 faremos a maior pizza vegana do Brasil, onde todo valor arrecadado será doado e dividido entre duas ONGs, a SVB e o grupo Tomba Latas, de proteção à animais abandonados.
Sobre a influência da atual situação econômica do país em suas vendas, Duarte diz que como grande parte das pequenas empresas está sentindo a má fase econômica, principalmente com a alta do dólar, que encarece a matéria-prima e, também a insegurança dos brasileiros, que acabam gastando menos em épocas de crise. Mas, apesar disso, a empresa aumentou seu faturamento em 17,10% no primeiro semestre de 2015, frente ao mesmo período de 2014. “Mesmo com a inflação alta atingimos bons níveis de crescimento, acredito que nossa política de inovação seja uma das responsáveis por este bom índice” ressalta Leandro.
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