Martin Winterkorn, presidente-executivo da Volkswagen, renunciou hoje, quarta-feira (23), quase uma semana depois de o escândalo de fraude de emissões de poluentes em carros a diesel vir à tona. De acordo com o Grupo Volkswagen, o substituto deverá ser anunciado na próxima sexta-feira. Winterkorn, de 68 anos, estava à frente da empresa desde 2007.
No comunicado em que anunciou que deixou o cargo, o executivo diz: “Estou chocado com os acontecimentos dos últimos dias. Acima de tudo, estou abismado por como foi possível um erro de conduta de tal tamanho no Grupo Volkswagen”.
Porém, Winterkorn ressalta que não está a par de nenhum erro que tenha sido cometido por ele (leia o comunicado de Winterkorn na íntegra ao fim da reportagem).
O comitê executivo do Conselho Supervisor da companhia, também em comunicado, destacou que Winterkorn “não tinha conhecimento da manipulação de dados de emissões”. E informa que o ex-presidente também pediu para ser desligado da empresa.
Leia o comunicado de renúncia de Winterkorn na íntegra:
“Estou fazendo isso pelo bem da companhia ainda que não esteja ciente de nenhum erro da minha parte. Estou chocado com os eventos dos últimos dias. Acima de tudo, estou abismado por como foi possível um erro de conduta de tal tamanho no Grupo Volkswagen.
Como CEO, aceito a responsabilidade pelas irregularidades que foram encontradas nos motores a diesel e pedi aos supervisores que concordassem com a minha saída do cargo de CEO do Grupo Volkswagen. Estou fazendo isso pelo bem da companhia ainda que não esteja ciente de nenhum erro da minha parte.
A Volkswagen precisa de um recomeço do zero – mesmo em termos de pessoal. Estou deixando o caminho livre para esse recomeço com a minha renúncia. Sempre fui movido pelo meu desejo de servir a empresa, especialmente aos clientes e funcionários. A Volkswagen foi, é e sempre será a minha vida.
O processo de esclarecimento e transparência precisa continuar. É única forma de recuperarmos a confiança. Estou convencido de que o Grupo Volkswagen e a sua equipe vão superar esta grave crise.”
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