Ação da Associação Fênix junto a crianças: prevenção de violência por meio da conscientização (Acervo da Associação Fênix)

Um recente levantamento Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania mostra que foram registradas cerca de 17,5 mil violações sexuais contra crianças ou adolescentes no Brasil nos quatro primeiros meses deste ano. Os dados são do Disque 100 e revelam um crescimento de 70% no número casos em relação ao primeiro quadrimestre de 2022.

No último dia 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescente, o Ministério da Saúde divulgou um boletim com informações coletadas no período de 2015 a 2021, quando foram notificados 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, sendo 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Em 2021, o número de notificações foi o maior registrado ao longo do período analisado, com 35.196 casos. A casa das vítimas é o local de ocorrência de 70,9% dos casos de violência sexual contra crianças de 0 a 9 anos de idade e de 63,4% dos casos contra adolescentes de 10 a 19 anos. Familiares e conhecidos são responsáveis por 68% das agressões contra crianças e 58,4% das agressões contra adolescentes nessas faixas etárias.

Outro relatório, do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), indica que foram registrados 545 casos de violações sexuais contra crianças ou adolescentes em Curitiba, em 2022. Os números foram levantados nos dados das notificações obrigatórias emitidas pela Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para Violência na capital paranaense. Meninos e meninas de 10 e 14 anos são as maiores vítimas na cidade, com 198 casos notificados.

Em Curitiba, a Associação Fênix – Ações pela Vida trabalha no combate à violência sexual e doméstica. Criada em 2006, a instituição é uma Organização da Sociedade Civil (OSC) e atende crianças, adolescentes e jovens na faixa etária de 0 a 29 anos e idosos acima de 60 anos em situação de vulnerabilidade pessoal e social, vítimas de abuso ou violência sexual, portadores de HIV (vírus da aids), familiares e agressores moradores da Região Metropolitana de Curitiba.

“Entendemos que vítimas e agressores precisam receber atendimento. Buscamos, por meio do trabalho desenvolvido na Fênix e conscientização, prevenir a violência. Precisamos mudar a cultura machista ainda enraizada em nossa sociedade”, afirma Sandra Dolores de Paula Lima, presidente da Associação Fênix – Ações pela Vida.

Pequena evolução

Apesar dos números aterradores, o Brasil subiu duas posições no ranking que avalia o enfrentamento à exploração e ao abuso sexual de crianças e adolescente em 60 países. De acordo com o índice Out of the Shadows (Fora das Sombras), o país está em 11.º lugar. Na primeira edição do levantamento, em 2018, o Brasil estava em 13.º, de acordo com a Childhood Brasil, organização responsável pela versão nacional da pesquisa.

Frase

“Mudanças de comportamento de uma hora para outra, tristeza, agressividade, choro constante, baixo rendimento escolar, isolamento social, sexualidade exacerbada e ansiedade podem ser sinais de que a criança ou o adolescente está sendo vítima de violência sexual.”

Sandra Dolores de Paula Lima, presidente da Associação Fênix – Ações pela Vida.

FICHA
Associação Fênix – Ações pela Vida
Quando começou: Em 2006.
Forma de atuação: Equipe própria
Quais são as ações praticadas: Atendimento social e psicológico, oficinas lúdicas, reforço escolar, incentivo à leitura, dinâmicas em grupo e individual, atendimento psicológico individual e familiar, aconselhamento psicológico individual e em grupo, psicopedagogia, assistência social, visitas domiciliares e assistência jurídica.
Público-alvo: Crianças, adolescentes, jovens e idosos em situação de vulnerabilidade pessoal e social, vítimas de abuso ou violência sexual, portadores de HIV, familiares e agressores.
Parceria com órgãos públicos: Sim.
Como colaborar: A entidade aceita doações de produtos e financeiras. Para saber mais, os interessados podem acessar o site www.fenixacoespelavida.org.br ou os perfis da associação no Instagram (@fenixassociacao) e no Facebook (@fenixacoespelavida).