
Diante de tantas mazelas vistas e vividas diariamente em quase todas as partes do Brasil, o trabalho de entidades sociais faz a diferença para quem tem pouco ou quase nada. Pode ser dando o que comer a quem tem fome, doando uma roupa ou cobertor a quem não tem o que vestir ou por sentir frio ou simplesmente ouvindo quem não tem um semelhante disposto a escutar. Todos os dias, voluntários da Associação dos Missionários do Bom Pastor, com sede em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, realizam entrega de alimentação, fazem encaminhamentos e escuta afetiva e interessada de pessoas em situação de vulnerabilidade social em cidades da RMC.
“Nossa missão nasce de um clamor urgente de pessoas que diariamente sofrem a privação de seus direitos básicos, de alimentação, trabalho e moradia”, afirma Eduardo Andrade, presidente da Associação dos Missionários do Bom Pastor. “Ouvindo as necessidades dos empobrecidos, diante de um sistema tão excludente, no qual crianças e jovens que vivem nas ruas muitas vezes são conduzidos a casas de detenção, fomos enviados a levar esperança e uma segunda chance a aqueles que se encontram privados de liberdade.”
Todos os trabalhos e projetos da associação são mantidos por meio de doações. “Antes da pandemia (do novo coravírus), nosso olhar já buscava as pessoas que mesmo podendo receber uma visita no hospital, estavam abandonadas pelos seus familiares. Muitos idosos abandonados aos cuidados de médicos e enfermeiras e que raramente viam sua família ou tinham como se comunicar. Nossos missionários se faziam família com eles”, conta Eduardo Andrade.
Se no início os voluntários da entidade distribuíam marmitas a cerca de 300 pessoas nas ruas de Curitiba, a partir de 2019, ao receber a doação de um terreno no bairro Guarituba, em Piraquara, a instituição conseguiu ampliar seu trabalho em uma região com índice de pobreza extrema, com inúmeros casos de mães solteiras, crianças com baixa escolaridade ou fora da escola, áreas de ocupação, onde o pouco trabalho é informal e feito por coletores de materiais reciclados. A Casa de Francisco foi construída com o apoio de pessoas da comunidade, com a organização de rifas, bazares e bingos para arrecadar dinheiro e em muitos mutirões para fazer a obra.
Nos últimos três anos, as ações da associação só aumentaram. A entidade atende muitas famílias diariamente, procurando ajuda para obter alimentos, empregos e cursos. Atualmente, 150 famílias recebem cestas básicas; 20 crianças estudam em tempo integral (alimentação e contraturno); 100 refeições são oferecidas semanalmente; cadeira de rodas, muletas e cadeira de banho são emprestadas a quem necessita; carrinho para coleta de reciclável também é emprestado; é oferecido apoio jurídico, encaminhamentos psicológicos, transporte a consultas, médicos e dentistas; além de manter grupos de apoio para mulheres e de trabalho voluntario.
“Hoje não conseguimos dar toda a ajuda necessária para nossas crianças e jovens devido ao espaço que temos. Nossa casa tem que dividir as atividades para poder atendê-los, pois só temos uma sala. Queremos ampliar nosso espaço e construir uma área que realmente possa atender a todos. Um barracão no qual possamos criar salas para as crianças e para os jovens, onde também as mães possam fazer seus artesanatos, possamos dar as aulas de acompanhamento escolar e no qual os voluntários psicólogos possam atender com qualidade.”
Eduardo Andrade, presidente da Associação dos Missionários do Bom Pastor.
FICHA
Associação dos Missionários do Bom Pastor
Quando começou: Em 2013.
Forma de atuação: Voluntariado.
Quais são as ações praticadas: Entrega de alimentos, encaminhamentos e escuta afetiva.
Público-alvo: Pessoas em situação de vulnerabilidade social, pobreza e extrema pobreza. Crianças e famílias, pessoas em situação de rua e privadas de liberdade.
Parceria com órgãos públicos: Não há.
Como colaborar: Quem tiver interesse em conhecer o trabalho da associação pode acessar o site www.missionariosbompastor.com.br ou por meio dos perfis no Facebook e Instagram (@ Missionarios do Bom Pastor). Também é possível entrar em contato por meio dos telefones (41) 99819-1655 e 99191-9836.
O projeto Rede do Bem
Para comemorar os seus 40 anos, o Bem Paraná criou o projeto Rede do Bem, que vai reunir o perfil de 40 entidades e ONGs de Curitiba voltadas a ajudar causas relevantes para sociedade. Até a data do aniversário do Bem Paraná, no dia 17 de junho deste ano, serão publicados os perfis das entidades às quartas, quintas e sexta, com o objetivo de divulgar o trabalho e assim fomentar a participação da sociedade.