
Há registros de de casos de hanseníase que datam de mais de 3 mil anos. A doença, que por muitos anos foi conhecida como lepra, deixava seus portadores estigmatizados. Os doentes eram afastados por causa do risco de contaminação e por se acreditar que não haveria cura para a enfermidade. Apesar de ser uma doença antiga, seu agente causador foi descoberto apenas em 1873 pelo médico norueguês Gerhard Armauer Hansen (1841-1912). No Brasil, até a metade do século 20, os infectados com a hanseníase eram isolados em leprosários e tinham seus pertences queimados. O internamento dos doentes deixou de ser obrigatório no país apenas em 1962.
Em 2022, de acordo com dados preliminares do Ministério da Saúde, o estado do Paraná registrou 341 novos casos de hanseníase, a maior taxa da região sul do país. Segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, os dados alertam para a importância da conscientização e atenção aos primeiros sintomas. Atualmente, o Brasil faz parte da lista de 23 países prioritários para o combate a hanseníase definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que, por meio do programa Estratégia Global de Hanseníase 2021–2030 – Rumo à zero hanseníase, lançado em 2021, pretende erradicar a doenças até 2030.
Curitiba
Em 1990, foi criada em Curitiba a Fundação Pro-Hansen. A instituição surgiu após três décadas de atividades do Centro de Estudos Leprológicos Souza-Araújo (Celsa), vinculado à Universidade Federal do Paraná, e que tinha como propósito a pesquisa, ensino e assistência nos campos da dermatologia sanitária e hansenologia.
A fundação é uma instituição filantrópica com atividades de pesquisa, ensino e assistência médico-social e foi instituída por um grupo de pessoas interessadas em continuar e aprimorar os trabalhos iniciados em dermatologia, em especial em prol dos hansenianos, pelo professor Ruy Miranda e equipe, na UFPR entre 1960 e 1991, e no Hospital São Roque, de 1935 a 1946.
Atualmente, a entidade atende a cerca, de 350 pacientes por mês. Deste total, 80%, são pacientes socioeconomicamente menos protegidos da sociedade, sem recursos e que se encontram em estado de vulnerabilidade social e encaminhados pelo sistema público de saúde. Os doentes encontram na fundação uma casa especializada para atender-lhes na sua enfermidade, reduzindo-lhes o sofrimento. A assistência se dá por meio de parcerias firmadas com prefeituras, convênios com organizações governamentais, apoio de empresas privadas, organizações não governamentais e da comunidade.
A instituição conta com uma estrutura operacional composta por uma equipe multidisciplinar formada por médicos, psicóloga, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional, enfermeiros, funcionários administrativos e voluntários nos conselhos curadores e administrativo, além do espaço físico composto por um prédio próprio com sala de cirurgia para pequenos procedimentos, sete consultórios, uma biblioteca especializada e especialistas na complementação do ensino.
FICHA
Fundação Pro-Hansen
Quando começou: Em 18 de julho de 1990.
Forma de atuação: Equipe própria e voluntários.
Quais são as ações praticadas: Tratamento e assistência ao paciente dermatológico e hanseniano.
Público-alvo: Hansenianos sem recursos e que se encontram em estado de vulnerabilidade social.
Parceria com órgãos públicos: Com municípios da região metropolitana de Curitiba.
Como colaborar: Para conhecer o trabalho da fundação ou para ser voluntário na entidade, o interessado pode ligar para o 41 3024-2757 ou acessar os perfis da entidade no Facebook ou no Instagram (@prohansenbr).
O projeto Rede do Bem
Para comemorar os seus 40 anos, o Bem Paraná criou o projeto Rede do Bem, que vai reunir o perfil de 40 entidades e ONGs de Curitiba voltadas a ajudar causas relevantes para sociedade. Até a data do aniversário do Bem Paraná, no dia 17 de junho deste ano, serão publicados os perfis das entidades às quartas, quintas e sexta, com o objetivo de divulgar o trabalho e assim fomentar a participação da sociedade.