Ação da ODPH: missão é despertar o potencial de crianças e adolescentes para o protagonismo (Foto: Acervo / ODPH)

Pesquisas realizadas no Brasil apontam que entre as principais consequências da vulnerabilidade social no país estão a fragilidade nas relações familiares e o isolamento social dos jovens. Esses estudos mostram também que a influência do ambiente social muitas vezes leva à violência e a comportamentos ilegais. Para ajudar a comunidade da Vila Torres a sair dessa situação, a ONG Organização de Desenvolvimento do Potencial Humano (ODPH) mantém o programa Cultivando Sonhos na região.

O Cultivando Sonhos é dividido em três projetos: o Aprendizes em Ação, que trabalha ações educacionais em formato de contraturno escolar e atende crianças de 6 a 12 anos de idade; o Semeação, que tem como público-alvo pré-adolescentes e adolescentes, e oferece conteúdos para capacitação e empregabilidade; e o Conecta, que atende o público em geral da comunidade por meio de palestras e outras ações que visam promover conhecimentos e habilidades aos participantes.

“A ideia da ONG surgiu em 2009. Eu tinha 16 anos e recebi um convite de uma liderança social que já realizava ações dentro da comunidade. Eles tinham o desafio de engajar adolescentes e jovens da comunidade para participar das ações. Topei o desafio e comecei a trilhar a caminhada do mundo do voluntariado”, conta Kauanna Batista Ferreira Toppa, idealizadora e gestora da ODPH, que lembra que a comunidade sofre com problemas crônicos como a drogadição, a violência e o tráfico. “A ideia era resgatar os adolescentes.”

Ex-moradora da comunidade, Kauanna lembra que as raízes da família estão na Vila Torres: “Minha família toda é moradora da comunidade. Minha avó chegou na década de 1970 à região. Temos raízes aqui na Vila Torres. Por que não fazer alguma coisa em prol dela?”.

Aliados

As dificuldades em manter trabalhos sociais são grandes e dependem de doações de recursos, materiais, alimentos e a boa vontade de pessoas dispostas a ceder seu tempo por uma boa causa. Manter a organização é um desafio diário, porque necessita ter uma boa gestão administrativa e uma gestão de parcerias.

A ODPH trabalha com apoio de pessoas físicas e investimento de pessoas jurídicas, que são chamados de aliados, nas ações desenvolvidas na Vila Torres. “A gente busca voluntários e investidores para articular parcerias. Pessoa ou empresa que tem uma expertise e uma habilidade em alguma demanda da instituição”, diz Kauanna. “Há uma ODPH e está de portas abertas para receber novos aliados.”

Um dos lemas da instituição é que as pessoas precisam ser motivadas, incentivadas e orientadas para conseguir descobrir seus caminhos e também conquistar seus objetivos. “Buscamos criar uma rede e um ecossistema de pessoas e empresas que podem contribuir com a organização para o impacto ser cada vez mais efetivo e realmente atingir quem tem de ser valorizado, que são as pessoas que hoje estão em situação de vulnerabilidade e precisam de suporte e apoio para sair dessa situação e conquistar seus sonhos e objetivos”, afirma a gestora da ONG. “Nossa missão é despertar o potencial de crianças e adolescentes para o protagonismo”.

“A nossa missão é despertar o potencial de crianças e adolescentes para o protagonismo. Acreditamos muito que a educação transforma vidas. Buscamos ser um caminho de possibilidades para que eles possam ter um suporte, um ambiente agradável, com conhecimento, com informação, para que eles possam realmente enxergar o potencial deles, ter perspectiva de vida tanto pessoal quanto profissional, para que eles possam entender que é possível sonhar.”

Kauanna Batista, idealizadora e gestora da Organização de Desenvolvimento do Potencial Humano.

FICHA

Organização de Desenvolvimento do Potencial Humano

Quando começou: Projeto nasceu em 2009.

Forma de atuação: Voluntariado.

Quais são as ações praticadas: Cursos e ações educacionais para crianças, adolescentes e moradores da comunidade.

Quantas pessoas atende: Cerca de 3.900 moradores na Vila Torres.

Parceria com órgãos públicos: Não há.

Como colaborar: O projeto aceita ajuda de voluntários e doações de recursos, materiais educativos e pedagógicos. Interessados podem entrar em contato por meio das redes sociais da ONG (Instagram: @odph / Facebook: OdphVilatorres) ou pelo WhatsApp (41) 99571-8760.

O projeto Rede do Bem

Para comemorar os seus 40 anos, o Bem Paraná criou o projeto Rede do Bem, que vai reunir o perfil de 40 entidades e ONGs de Curitiba voltadas a ajudar causas relevantes para sociedade. Até a data do aniversário do Bem Paraná, no dia 17 de junho deste ano, serão publicados os perfis das entidades às quartas, quintas e sexta, com o objetivo de divulgar o trabalho e assim fomentar a participação da sociedade.