Alguns dos cães da Associação do Amigo Animal: criatividade para manter o trabalho diário (foto: Marcelo Misga)

São milhares de histórias. Cada animal salvo ou adotado é uma vitória. As dificuldades são enormes é bom lembrar. Faltam recursos. Falta material humano. As ONGs de Proteção Animal precisam de ajuda para cuidar dos bichos abandonados ou resgatados por sofrerem maus tratos. Pode ser financeira. Recursos são sempre bem-vindos. Permitem a compra de ração e medicamentos e a manter o abrigo. Pode ser mão de obra voluntária. Recursos humanos são fundamentais. O dia a dia dos animais requer cuidados básicos e muito, mas muito amor.

Desde 1995, essa é a rotina de integrantes da família Misga. Tudo começou quando Julia Misga trabalhava como atendente em uma clínica veterinária. Ela conta que se compadecia com a situação dos animais que chegavam ao local: atropelados, maltratados, desnutridos, doentes, machucados e abandonados. Com o apoio da irmã Cecilia e do sobrinho Marcelo, ela começou a recolhê-los em sua casa. Pouco tempo depois, o local não tinha mais capacidade para abrigar os bichos resgatados. Em 1997, com o objetivo de ter mais espaço e proporcionar bem-estar aos bichos, a família se mudou para uma pequena chácara na região sul de Curitiba.

O trabalho da família Misga deu frutos e em 2000 foi criada a Associação do Amigo Animal. Neste mesmo ano, a ONG passou a funcionar em Campo Magro. No município na Grande Curitiba, a entidade mantém a Chácara São Francisco de Assis. Atualmente são mantidos no local cerca de 1 mil cães. A ONG prioriza o trabalho com cães e auxilia outros lares temporários de gatos. “Desde que começamos, já são milhares os animais que passaram pelo abrigo, foram recuperados e encaminhados por adoção a novos lares responsáveis”, afirma Marcelo Misga, presidente da instituição.

Contratempos

Em junho de 2020, um ciclone causou prejuízos em Curitiba e região. Os ventos fortes arrasaram as instalações da Chácara São Francisco de Assis. Telhados de canis foram arrancados. A cobertura do barracão onde ficava guardada a ração foi destruída. Casinhas dos cães também foram quebradas. Por sorte, nenhum animal ou pessoa se feriu. Os gastos para recuperar tudo foram altos. É bom lembrar que se trata de uma ONG que precisa de muita criatividade para manter o trabalho diário. São inúmeras ações na busca de recursos: bingo mensal, Loja das Pulgas, rifas, venda de produtos, dações, entre outras.

Em fevereiro passado, a Associação Amigo Animal foi contemplada com R$ 5 mil oriundos do sorteio da Nota Curitibana, programa mantido pela Prefeitura de Curitiba, após ser indicada por um dos premiados. Ao solicitar a inclusão do CPF em notas fiscais de serviços prestados na capital paranaense, as pessoas concorrem mensalmente a prêmios. No cadastro, é solicitado que indique entidades sociais para serem contempladas. O dinheiro chegou em boa hora na Associação do Amigo Animal.

“São consumidos cerca de 300 kg de ração por dia. Qualquer ajuda é bem-vinda. Mantemos um brechó, a Loja das Pulgas, com produtos usados doados. Os recursos arrecadados na loja ajudam a manter a ONG.”

Marcelo Misga, presidente da instituição

Ficha

Associação Amigo Animal

Quando começou: Em 2000.

Forma de atuação: Voluntariado.

Quais são as ações praticadas: Cuida de cães abandonados ou resgatados.

Quantas pessoas atende: 1 mil animais estão abrigados na Chácara São Francisco de Assis, em Campo Magro, na Grande Curitiba.

Parceria com órgãos públicos: Não há.

Como colaborar: O projeto aceita ajuda de voluntários, doação de ração e de dinheiro. Interessados podem entrar em contato por meio do WhatsApp (41) 99975-2711. Para doações para o bazar organizado pela ONG, ligue (41) 99918-7040. Mais informações pelo site amigoanimal.org.br.

O projeto Rede do Bem
Para comemorar os seus 40 anos, o Bem Paraná criou o projeto Rede do Bem, que vai reunir o perfil de 40 entidades e ONGs de Curitiba voltadas a ajudar causas relevantes para sociedade. Até a data do aniversário do Bem Paraná, no dia 17 de junho deste ano, serão publicados os perfis das entidades às quartas, quintas e sexta, com o objetivo de divulgar o trabalho e assim fomentar a participação da sociedade.