Caminhada com apitaço do Outubro Rosa no Centro de Curitiba (Franklin de Freitas)

A primeira-dama do Paraná e presidente do Conselho de Ação Solidária, Luciana Saito Massa, destacou, nesta quarta-feira (19), a importância da conscientização para prevenção e combate ao câncer de mama, durante evento do Outubro Rosa, realizado no Dia Mundial do Combate ao Câncer de Mama, no Palácio Iguaçu.

“Esse é o tipo de câncer que mais mata as mulheres. Precisamos esclarecer o quanto é importante trabalhar na prevenção, no diagnóstico precoce, e levar essa informação para quem mais precisa”, ressaltou Luciana. O câncer de mama é um dos mais comuns em mulheres, e é causado pela multiplicação anormal de células, que formam um tumor, podendo ainda invadir outros órgãos.

Durante o evento, a primeira-dama apresentou o projeto Ame-se, plataforma do Governo do Estado criada para ser um suporte de informações que possam orientar o público feminino de forma mais simples e descomplicada sobre diversos assuntos, principalmente relacionados à saúde pública. Além disso, servidoras que tiveram a doença deram depoimentos sobre o diagnóstico, tratamento e cura.

Nesta quarta, além do evento no Palácio Iguaçu, outras ações tomaram a cidade na conscientização do mal. As turmas da Escola Técnica de Enfermagem da Unitec fizeram uma caminhada com apitaço pelo calçadão da Rua XV de Novembro, no Centro de Curitiba. A ação já é tradicional em Curitiba. Todos os anos os estudantes da instituição fazem algum ato para marcar a data.

O mês de outubro tem tido diversas manifestações para chamar a atenção da prevenção. O Shopping Alto da XV Mall em parceria com a Associação Amigas da Mama (AAMA), promove, até 22 de outubro, a exposição fotográfica “O seu olhar me cura”, com fotos das mulheres assistidas pela associação em tratamento de câncer de mama.

Casos
A secretaria estadual da Saúde estima que neste ano, no Paraná, devam ser registrados mais 3.470 novos casos da doença e 990 novos diagnósticos de câncer do colo do útero.

De acordo com o Painel de Oncologia do Ministério da Saúde, em 2019 foram diagnosticados 3.687 casos de câncer de mama em mulheres residentes no Paraná. Em 2020 o Estado registrou 3.313 ocorrências, uma queda de 11%. Em 2021 os números voltaram a crescer, passando para 3.541, o que representa um aumento de 7% em relação ao ano anterior. Em 2022 já são 1.988. Há um aumento expressivo nos casos desde 2014. Foram 25.258 nos últimos nove anos. Os números de 2020 podem estar associados à pandemia, com consequente subnotificação.

Já o câncer de colo de útero é causado pela infecção persistente por alguns tipos de HPV (papilomavírus humano). Dados do Ministério da Saúde mostram que em 2019 foram 1.389 casos de câncer de útero no Paraná. Em 2020 o número foi um pouco menor, com registro de 1.335 ocorrências. Já em 2021, houve 1.497 diagnósticos positivos.

Os resultados de 2020 também podem ter sofrido impacto da pandemia, principalmente em relação à subnotificação. No ano passado foram realizados 483.672 exames citopatológicos de rastreamento – 33% a mais do que em 2020, que registrou 362.728 exames.


Ministério da Saúde anuncia medidas de combate à doença

Pedro Peduzzi – Agência Brasil

O Ministério da Saúde aproveitou o mote do Outubro Rosa, mês voltado à conscientização e prevenção ao câncer de mama, para anunciar a destinação de R$ 100 milhões em recursos destinados a cirurgias de reconstrução mamária via Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria liberando a quantia foi assinada ontem pelo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, em cerimônia na sede da Caixa, em Brasília.

Durante o evento, o banco anunciou que divulgará, por meio do aplicativo Caixa Tem, informações preventivas de combate ao câncer de mama. “Vamos enfrentar e vencer o maior assassino de mulheres do mundo e de nosso país com políticas públicas eficientes”, disse Queiroga.

Segundo o ministro, o país já conta com “a mais avançada das legislações sanitárias do mundo, que é a Lei 8.080”, e que o que falta é “dar eficiência a elas, o que só será conseguido com equipes técnicas e elaboração de políticas baseadas em critérios epidemiológicos, socioeconômicos e demográficos, e análises técnicas da factibilidade logística e operacional dessas políticas públicas”. No ano, segundo Queiroga, foram alocados R$ 2,6 bilhões para o enfrentamento ao câncer.

“Quando incentivamos o aleitamento materno, estamos prevenindo o câncer de mama. Quando estimulamos a prática de atividades físicas ou combatemos a obesidade, estamos prevenindo o câncer de mama. Essas ações são muito mais eficientes do que condutas obstinadas com quimioterápicos experimentais”, disse o ministro.

Os R$ 100 milhões anunciados ontem vão “fortalecer o rastreamento visando o acesso a cirurgias de reconstrução mamária em casos diagnosticados submetidos a mastectomias no âmbito do SUS”, segundo a secretária de Atenção Especializada à Saúde, Maíra Botelho.

Sobre o Outubro Rosa, a secretária destacou a necessidade de se aproveitar o período para chamar a atenção de toda a população. “Queremos a população informada e os profissionais qualificados”, disse ao enfatizar que o câncer de mama é uma preocupação que deve ser lembrada todos os meses do ano, e que a reconstrução mamária é “importante para retomar a autoestima e a vida normal das mulheres”.