Nada de Vale do Silício. Um dos idealizadores do Buzz nasceu aqui pertinho, em Minas Gerais. Diretor de produtos móveis do Google desde 2008, o engenheiro Hugo Barra foi um dos responsáveis pelo nascimento da rede social integrada ao Gmail. De Londres, Hugo comanda uma equipe de desenvolvedores que se estende do Canadá à Índia e liderou o projeto móvel com geolocalização do Buzz (já disponível no iPhone e em celulares com Android).
Apresentado como “uma nova forma de compartilhar e se comunicar”, o Buzz está disponível para quase todos os usuários do Gmail. Integrado ao e-mail (o ícone fica abaixo da Caixa de Entrada), pode ser usado para postar informações, como Facebook ou Twitter, ou para reunir o conteúdo do Google e outras redes sociais. De cara, ele já pergunta com quais sites você deseja se integrar YouTube, Picasa, Flickr, Google Reader, Twitter, Gtalk e Blogspot estão entre as opções — o Facebook, veja só, ainda não.
Suas atualizações nessas páginas, então, aparecem na timeline do Buzz. Sua linha de posts mistura Facebook (com o botão ‘gosto’ embutido), o visual do Digg e o sistema de respostas do Twitter (@ na frente do login para replies, que aparecem embaixo da mensagem principal). Ele funciona via web, sem a necessidade da instalação de nenhum aplicativo e, se você é usuário do Gmail, já está dentro. O uso é bastante intuitivo: basta entrar, adicionar seus contatos e começar a conversa.
“O Gmail é um produto que sempre foi inerentemente social. O Buzz intensifica isso. Você agora pode se comunicar pela sua timeline, por e-mail ou Gtalk, de forma individual ou coletiva. Ao contrário de outras redes sociais, boas em uma coisa ou outra, quisemos conciliar esses vários tipos de conversa e fazer que todas ocorram da melhor maneira”, diz Hugo.
O Buzz pretende usar o mesmo conceito do Google, ajudando o usuário a encontrar aquilo que deseja. “Com essa explosão das mídias sociais, é impossível se organizar e aproveitar todo o conteúdo. Não há ser humano capaz de digerir isso de forma tranquila. Queremos facilitar o processo de encontrar pessoas e ouvir ideias e recomendações — em que, de outro jeito, você nem prestaria atenção”.
O produto ainda pode sofrer alterações, ser melhorado. A intenção inicial, segundo Hugo, era lançar um produto simples rapidamente. “Com o tempo, vamos ouvir as sugestões dos usuários e, com isso, decidir com quais serviços nos integraremos e de que forma faremos isso. Dois dias depois que o site entrou no ar, já fizemos algumas mudanças, e isso deve continuar. Não estamos descartando conexão com o Facebook ou maior participação do Twitter”, explica.
O destino, é marcar um caminho estratégico rumo à web em tempo real, junto da busca social, e que facilitará a pesquisa por área e por proximidade de usuários. “Quanto a concorrentes, não falamos e nem prestamos atenção neles: nosso interesse é o usuário”.